terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Bólides Memoráveis - Penske PC4 (1976-77)

Roger Penske é um nome estabelecido nos Estados Unidos, como sendo um dos donos de equipa mais vitoriosos da história. Mas nos anos 70, teve uma aventura na Formula 1 que durou três anos, e que lhe deu alegrias e tristezas, como a morte do seu piloto e grande amigo, Mark Donohue. Mas no ano seguinte, o seu sucessor, o norte-irlandês John Watson, deu a Penske a tão sonhada vitória, a segunda (e até agora última) de um chassis americano na Formula 1, nove anos depois de Dan Gurney, na sua Eagle. No dia em que se fala da nova aventura americana na Formula 1, é tempo de falar no Penske PC4.


Em 1976, Roger Penske ia para a sua terceira temporada na Formula 1, e ainda sofria pela morte do seu amigo Mark Donohue, na Áustria. Depois de terem acabado o ano com um March, devido ao mau funcionamento do modelo anterior, o PC1. Com o patrocínio do banco Citibank, Penske encomendou o PC3, desenhado por Geoff Ferris, que tinha desenhado no passado três modelos da March: o 711, o 721 e o 721X. Tinha um motor Cosworth V8, que debitava 465 cavalos às 10.500 rotações por minuto. Tinha uma caixa convencional Hewland, e duas entradas de ar laterais que substituíam a entrada de ar superior, que tinha sido abolida no inicio do ano.


O Penske PC4 foi feito para ser uma evolução do PC3, que apesar de ter dado algumas cartas a John Watson, nomeadamente um quinto lugar em Kyalami, era muito pouco para aquilo que Roger Penske queria. Assim sendo, Ferris decide evoluir o carro para o novo modelo, que entrou em serviço no GP da Suécia, em Anderstorp. Não acabou a corrida, mas na etapa seguinte, no circuito de Paul Ricard, Watson andou muito bem, para terminar a corrida na terceira posição, aguentando os ataques do Brabham de José Carlos Pace, e não ficando muito longe dos dois primeiros, James Hunt e Patrick Depailler. Em Inglaterra, repete o pódio, na terceira posição, mas só depois da desclassificação de James Hunt, o vencedor da corrida.


Contudo, o maior feito deste chassis e da Penske aconteceu na Áustria. No circuito de Osterreichring, ironicamente o mesmo sítio que um ano antes tinha tirado a vida a Donohue, foi palco do seu maior triunfo. Partindo do segundo lugar da grelha, depois de Hunt, Watson lidou na fase inicial da corrida com o seu compatriota e com Ronnie Peterson, no seu March. Mas aguentou a todos e venceu categoricamente a corrida. Como prometido ao seu patrão, Watson cortou a sua tradicional barba, algo que não mais voltou a usar na sua carreira.


Contudo, no final do ano, apesar de terem conseguido 20 pontos e o quinto lugar do campeonato, Penske decidiu fechar as suas actividades na Europa, devido a problemas financeiros e pessoais: o seu chefe de equipa, o suíço Heinz Hofer, morre num acidente de transito em Inglaterra e a Citibank retirou o seu apoio financeiro. Sendo assim, deu os seus chassis a um Gunther Schmid, um alemão de Bad Rurkheim que tinha feito fortuna no negócio das jantes, que se chamava ATS. Com os carros da Penske, Schmid correu a temporada de 1977 com o francês Jean-Pierre Jarier ao volante. Na primeira corrida do carro sob novas cores, em Long Beach, Jarier termina a corrida na sexta posição, garantindo à equipa o seu primeiro e único ponto do ano.


Outros dois pilotos se juntaram à equipa: Hans Heyer, que não se qualificou para a corrida de Hockenheim, mas que correu no dia da corrida, beneficiando de uma certa complacência dos comissários de pista, e depois, o austríaco Hans Binder.



Nas etapas finais, a ATS, então envolvida na construção do seu próprio chassis, decidiu não participar nas últimas três corridas do ano, entregando um dos seus carros a uma equipa de Can-Am chamada Interscope Racing. Esse carro foi guiado pelo americano de origem havaiana, Danny Ongais. Em Watkins Glen, o piloto americano levou o carro para o sétimo posto, o seu melhor resultado de sempre na Formula 1.


Carro: Penske PC4
Projectista: Geoff Ferris
Motor: Cosworth V8 de 3 Litros
Pilotos: John Watson, Jean-Pierre Jarier, Hans Heyer, Hans Binder, Danny Ongais
Corridas: 23
Vitórias: 1 (Watson, 1)
Polé-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 19 (Watson 18, Jarier 1)


Fontes:


http://en.wikipedia.org/wiki/Penske_Racing
http://blogdomassi.blogspot.com/2008/01/histria-da-penske-na-frmula-1.html

4 comentários:

Wellins disse...

Bem que a Penske podia durar mais mna F1.

Ivan Valério disse...

Olá Speeder 76, sou um leitor quase diário de seu blog Continental Circus a quase dois anos, e hoje encontro com surpresa um texto sobre o bólido PC4 da Penske, no qual consta como uma das fontes o ensaio de um artigo que escrevi em 2007 que foi depois publicado no Blog do Massi. Fico muito feliz com essa citação, e desejo um bom trabalho em seu sitio, que acaba se tornando uma fonte de referencias importante para quem acompanha o automobilismo.

Abraços

Valério Paiva

Speeder76 disse...

F1Fan:

O Roger Penske tinha as operações nos dois lados do Atlântico. E a partir de uma certa altura, perferiu optar por uma, pois ficou sem dinheiro. É simples quanto isso.


Valério:

Obrigado. Descobri por acaso no Google, pois procurava fontes para o trabalho. E esta era muito boa, de facto. Volte sempre!

Bruno disse...

Quando criança, comecei a gostar da Penske pois o patrocinador era o mesmo que da McLaren do Senna. Deixava os carros parecidos. Criei essa associação, bem que poderiam voltar para a Fórmula 1, mas é praticamente impossível.

Até mais