Em 1976, Roger Penske ia para a sua terceira temporada na Formula 1, e ainda sofria pela morte do seu amigo Mark Donohue, na Áustria. Depois de terem acabado o ano com um March, devido ao mau funcionamento do modelo anterior, o PC1. Com o patrocínio do banco Citibank, Penske encomendou o PC3, desenhado por Geoff Ferris, que tinha desenhado no passado três modelos da March: o 711, o 721 e o 721X. Tinha um motor Cosworth V8, que debitava 465 cavalos às 10.500 rotações por minuto. Tinha uma caixa convencional Hewland, e duas entradas de ar laterais que substituíam a entrada de ar superior, que tinha sido abolida no inicio do ano.
O Penske PC4 foi feito para ser uma evolução do PC3, que apesar de ter dado algumas cartas a John Watson, nomeadamente um quinto lugar em Kyalami, era muito pouco para aquilo que Roger Penske queria. Assim sendo, Ferris decide evoluir o carro para o novo modelo, que entrou em serviço no GP da Suécia, em Anderstorp. Não acabou a corrida, mas na etapa seguinte, no circuito de Paul Ricard, Watson andou muito bem, para terminar a corrida na terceira posição, aguentando os ataques do Brabham de José Carlos Pace, e não ficando muito longe dos dois primeiros, James Hunt e Patrick Depailler. Em Inglaterra, repete o pódio, na terceira posição, mas só depois da desclassificação de James Hunt, o vencedor da corrida.
Contudo, o maior feito deste chassis e da Penske aconteceu na Áustria. No circuito de Osterreichring, ironicamente o mesmo sítio que um ano antes tinha tirado a vida a Donohue, foi palco do seu maior triunfo. Partindo do segundo lugar da grelha, depois de Hunt, Watson lidou na fase inicial da corrida com o seu compatriota e com Ronnie Peterson, no seu March. Mas aguentou a todos e venceu categoricamente a corrida. Como prometido ao seu patrão, Watson cortou a sua tradicional barba, algo que não mais voltou a usar na sua carreira.
Contudo, no final do ano, apesar de terem conseguido 20 pontos e o quinto lugar do campeonato, Penske decidiu fechar as suas actividades na Europa, devido a problemas financeiros e pessoais: o seu chefe de equipa, o suíço Heinz Hofer, morre num acidente de transito em Inglaterra e a Citibank retirou o seu apoio financeiro. Sendo assim, deu os seus chassis a um Gunther Schmid, um alemão de Bad Rurkheim que tinha feito fortuna no negócio das jantes, que se chamava ATS. Com os carros da Penske, Schmid correu a temporada de 1977 com o francês Jean-Pierre Jarier ao volante. Na primeira corrida do carro sob novas cores, em Long Beach, Jarier termina a corrida na sexta posição, garantindo à equipa o seu primeiro e único ponto do ano.
Outros dois pilotos se juntaram à equipa: Hans Heyer, que não se qualificou para a corrida de Hockenheim, mas que correu no dia da corrida, beneficiando de uma certa complacência dos comissários de pista, e depois, o austríaco Hans Binder.
Nas etapas finais, a ATS, então envolvida na construção do seu próprio chassis, decidiu não participar nas últimas três corridas do ano, entregando um dos seus carros a uma equipa de Can-Am chamada Interscope Racing. Esse carro foi guiado pelo americano de origem havaiana, Danny Ongais. Em Watkins Glen, o piloto americano levou o carro para o sétimo posto, o seu melhor resultado de sempre na Formula 1.
Carro: Penske PC4
Projectista: Geoff Ferris
Motor: Cosworth V8 de 3 Litros
Pilotos: John Watson, Jean-Pierre Jarier, Hans Heyer, Hans Binder, Danny Ongais
Corridas: 23
Vitórias: 1 (Watson, 1)
Polé-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 19 (Watson 18, Jarier 1)
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Penske_Racing
http://blogdomassi.blogspot.com/2008/01/histria-da-penske-na-frmula-1.html
4 comentários:
Bem que a Penske podia durar mais mna F1.
Olá Speeder 76, sou um leitor quase diário de seu blog Continental Circus a quase dois anos, e hoje encontro com surpresa um texto sobre o bólido PC4 da Penske, no qual consta como uma das fontes o ensaio de um artigo que escrevi em 2007 que foi depois publicado no Blog do Massi. Fico muito feliz com essa citação, e desejo um bom trabalho em seu sitio, que acaba se tornando uma fonte de referencias importante para quem acompanha o automobilismo.
Abraços
Valério Paiva
F1Fan:
O Roger Penske tinha as operações nos dois lados do Atlântico. E a partir de uma certa altura, perferiu optar por uma, pois ficou sem dinheiro. É simples quanto isso.
Valério:
Obrigado. Descobri por acaso no Google, pois procurava fontes para o trabalho. E esta era muito boa, de facto. Volte sempre!
Quando criança, comecei a gostar da Penske pois o patrocinador era o mesmo que da McLaren do Senna. Deixava os carros parecidos. Criei essa associação, bem que poderiam voltar para a Fórmula 1, mas é praticamente impossível.
Até mais
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