Há 30 anos atrás, a minha mãe comemorava o seu 26º aniversário natalicio e estava a menos de dois meses de ter o meu irmão. Certamente nesse Domingo, provavelmente levado pelo meu pai e irmão, deve ter acordado e espreitado para a televisão para ver a TV Globo, que transmitia o Grande Prémio da Holanda de Formula 1, narrado então pelo Leo Batista. Eu? Com três anos de idade, se calhar via outras coisas que não automobilismo. Pelo menos, não me lembro da cena que se seguiu...
Nesse Grande Prémio, que decorreu no circuito de Zandvoort, certamente olhavam por Emerson Fittipaldi, que lutava para se qualificar num mal-nascido Copersucar F6A, e Nelson Piquet, que no final da corrida iria marcar os seus primeiros pontos da sua carreira, no Brabham BT48 com um pífio motor Alfa Romeo. Mas eventualmente a meio da corrida começaram a olhar para o Ferrari numero 12 de Gilles Villeneuve, que depois de ter lutado com Alan Jones pela liderança, teve um furo lento, que não percebeu de inicio, mas que depois, quando se despistou uma segunda vez, no final da curva Tarzan, viu que tinha de substituir aquele pneu o mais depressa possivel. E assim o fez.
Certamente, poucos esperavam que, quase dois meses depois da épica batalha com René Arnoux pelo... segundo posto, no GP de França, realizado em Dijon-Pronois, Villeneuve fizesse outra demonstração que ficasse na memóris de toda a gente. Analisando as coisas a frio, foi um gigantesco "tiro no pé" nas suas pretensões ao título, dado que o seu grande rival, e companheiro de equipa, Jody Scheckter, terminou a corrida na segunda posição, e apressou as coisas para a sua consagração na corrida seguinte, em Monza.
Hoje, esta demonstração comemora o seu 30º aniversário de vida. Para os mais velhos que viram isso nesse dia, certamente que ficou nas vossas retinas para o resto dos vossos dias. Para a história fica como mais uma manifestação de um piloto que demonstrou o seu carisma nas pistas, mostrando que os grandes pilotos não são só aqueles que vencem corridas e títulos mundiais. Também vencem os nossos corações.
Esta data coincide também com o aniversário da minha mãe, que chega agora ao seu 56º ano de vida. Mãezinha, desejo-te muitos anos de vida e agradeço pelos muitos anos que dedicaste a cuidar de mim e do Luis (o meu irmão). E espero que um dia destes, um de nós te dê o neto (ou neta) que desejas, mas não dizes... Um beijo!
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