terça-feira, 11 de maio de 2010

GP Memória - Monaco 1975


O desastre da corrida de Montjuich, quinze dias antes, tinha causado criticas na imprensa especializada - e não só - sobre as condições de segurança em pistas citadinas, e os organizadores do GP do Mónaco não perderam tempo para reforçar essas condições. Aumentaram a altura dos guard-ralis, colocaram mais guindastes para agilizar a retirada dos carros de pista e o treino foi mais agilizado. A organização apertou ainda mais os critérios de qualificação, reduzindo a grelha para dezoito carros, numa prova que tinha 26 carros inscritos.

No pelotão da Formula 1, Graham Hill decidiu correr no lugar do lesionado Rolf Stommelen. Aos 47 anos, e vencedor por cinco vezes do GP monegasco, o britânico queria participar mais uma vez nesta corrida. Aliás, iria ser o unico piloto da sua equipa. Na Williams, Jacques Laffite tinha voltado, após ter sido substituido por Tony Brise em Barcelona, pois o piloto francês tinha os seus compromissos na Formula 2. Ao seu lado alinharia o italiano Arturo Merzário. A Hesketh estreava um terceiro chassis no Mónaco e tinha alugado ao sueco Torsten Palm.

A qualificação foi louca, mas no final, quem levou a melhor foi Niki Lauda, que tinha a seu lado o surpreendente Shadow de Tom Pryce, que um ano antes tinha visto a sua inscrição barrada no Principado, alegando... falta de experiência. Na segunda linha estava o segundo Shadow de Jean-Pierre Jarier, que tinha a seu lado o Lotus de Ronnie Peterson. Na terceira fila estava o March de Vittorio Brambilla e o segundo Ferrari de Clay Regazzoni, enquanto que Jody Scheckter era o melhor dos Tyrrell, no sétimo posto. Atrás dele estava o brasileiro José Carlos Pace, o melhor dos Brabham, que tinha superado o campeão do Mundo, Emerson Fittipaldi, que partia da nona posição. Para fechar o "top ten", estava o argentino Carlos Reutmann.

Como seria de esperar, a luta pelas vagas do fundo do pelotão foi dura. O último qualificado foi o australiano Alan Jones, no seu Hesketh, e todos queriam esse lugar. Graham Hill tentou, mas falhou o lugar por apenas 377 milésimos. Deu o seu melhor, mas pela primeira vez desde 1958, não conseguiu um lugar na elite. Foi aplaudido por esse esforço, mas para ele seria a última gota. Decidira que esta seria a sua última tentativa competitiva e deixaria de ser piloto para se dedicar à equipa com o seu nome.

Para além de Hill, os Williams de Merzário e Lafitte, o Hesketh de Palm, o BRM de Bob Evans, o Ensign de Roelof Wundernik, o March de Lella Lombardi e o Copersucar de Wilson Fittipaldi não se qualificavam para a corrida.

No dia do Grande Prémio, a chuva tinha feito a sua aparição e na hora da partida, todos estavam com pneus adequados para a ocasião, para completarem as 78 voltas ao circuito. Na partida, Lauda levou a melhor, enquanto que Pryce partia mal, sendo ultrapassado por Jarier. O francês partiu ao ataque e tentou passá-lo na descida do Mirabeau, mas falhou o ponto de travagem e bateu. O carro ficou danificado, mas continuou. Contudo, na chicane, bateu de novo e desta vez foi definitivo.

Com isto, Peterson era agora segundo, seguido por Brambilla e Pryce. Algumas voltas mais tarde, Pryce e Brambilla tocaram-se, com consequências que só teriam efeito mais tarde na corrida. Entretanto, o tempo secava e os pilotos iam para as boxes. Primeiro Hunt, numa troca lenta demais, mesmo para os padrões da época, e depois Peterson, que perdeu tempo devido a problemas numa das porcas do seu carro. Pouco depois, Clay Regazzoni teve de substituir o nariz do seu carro devido a um toque, e isso deixou Lauda no comando, com 15 segundos de vantagem sobre Fittipaldi e Pace.

Na volta 36, Regazzoni bateu na chicane do Porto e abandonou, enquanto que Pryce e Brambilla abandonaram poucas voltas mais tarde em incidentes separados. Hunt e Mass desentenderam-se no Mirabeau, com o inglês a abandonar, culpando o Tyrrell de Patrick Depailler pelo sucedido, algo que não era inteiramente verdade.

No final da corrida, Lauda tinha a vitória na mão, ainda por cima, com o limite das duas horas a aparecer. Mas Fittipaldi tentou atacar a sua liderança, e a diferença entre ambos tinha sido reduzida para menos de três segundos. Contudo, Lauda aguentou e venceu no circuito monegasco, a primeira vitória da Scuderia desde 1955, com Maurice Trintignant. Fittipaldi e Pryce completaram o pódio, numa corrida onde Ronnie Peterson, Patrick Depailler e Jochen Mass completaram os lugares pontuáveis.

Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/1975_Monaco_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr255.html

1 comentário:

Luis Fernandes disse...

Caro Speeder76

Como apaixonado pela F1, há muito tempo que leio e acompanho o teu blog. Enquanto jornalista desportivo, em Portugal, tive o orgulho de ver o meu ídolo Alain Prost sagrar-se campeão no Estoril. Como defensor da verdade, pela ética jornalística que sempre defendi, alerto para o pequeno erro no final do texto sobre a classificação dos três primeiros pilotos. Niki Lauda efetivamente venceu, Emerson Fittipaldi foi segundo, mas se olhares para as tuas fontes de referência, o terceiro não foi Tom Pryce (obrigado a abandonar na 39ª volta, apos uma colisão), mas sim o Brabham de Carlos Pace.

Continuação de boas aceleradelas e até sempre...
Luis "luxflix" Fernandes - Porto, Portugal