quinta-feira, 17 de junho de 2010

Os problemas de Vijay Mallya

Se a Force India está este ano claramente superior em pista, acabando regularmente nos dez primeiros, usando bem um chassis desenvolvido e com um bom motor Mercedes, tudo isso mascara o que se passa nos bastidores da equipa de Vijay Mallya. Segundo a edição desta semana do Autosport português, o multimilionário indiano encara vários problemas, desde dividas acumuladas até a suspeitas de espionagem industrial, passando pela deserção de elementos para outras equipas e pior, dividas não pagas ao fisco inglês. Estes são alguns casos que o multimilionário indiano tem de lidar nesta temporada.

Os problemas com o fisco britânico já tem algum tempo. No inicio do ano falou-se que Mallya teve de pagar impostos atrasados após um "raid" dos inspectores das finanças às instalações da empresa com o intuito de investigar as contas. As coisas aparentemente ficaram resolvidas, mas parece que só parte delas, pois podem surgir novos desenvolvimentos nesse campo. Mas Mallya tem outros problemas para resolver, e o primeiro deles tem a ver com as dividas acumuadas, vindas das anteriores encarnações da equipa.

Uma delas aconteceu quando esta ainda se chamava Spyker. O espanhol Roldan Rodriguez foi contratado para ser o piloto titular em 2008, quando ainda Mally não tinha comprado a equipa. Comprometeu-se a trazer um pacote de 12 milhões de dólares, três milhões dos quais foram pagos de imediato, como forma de sinalizar o acordo. Contudo, com Mallya no leme, ignorou o acordo e contratou Giancarlo Fisichella e Vitantonio Liuzzi, mantendo Adrian Sutil. Rodriguez não foi de modas e processou a Force India e ganhou o processo em tribunal, sendo a Force India obrigado não só a devolver os três milhões, como também a pagar mais algum dinheiro deixando Mallya um pouco mais pobre.

Isto acontece numa altura em que a Force India está em guerra com a Lotus, acusando-a de espionagem industrial. A equipa indiana processou Mike Gascoyne e a Aerolab Systems, de Jean-Claude Migeot, afirmando que Gascoyne copiou o VMJ02 no projecto T127. Um pouco estranho, pois ambos os projectos pertencem a Gascoyne. Contudo, Mallya parece apostar na ideia de que, como ambos os elementos tiveram pouco tempo para desenhar o novo carro, este tenha usado ideias do seu último carro projectado por si, o VMJ02, para poupar tempo e apresentá-lo a tempo dos primeiros testes, em Fevereiro.

Coincidência ou não, a Force India está a ver partir bons engenheiros, como James Key. Se ele vai para a Sauber, há outros, como Mark Smith (thanks, Mike!) que rumam para a... Lotus, com o objectivo de ajudar Gascoyne no T128, o carro para 2011. Claramente, a equipa já colocou esses elementos em áreas onde não terão envolvência directa no chassis do ano que vêm, para não levar quaisquer "segredo de estado" para aquele que agora é o seu arqui-inimigo. Quem projecta agora o VMJ03 é Ian Hall, ajudado pelo japonês Akyo Haga.

Com tudo isto a passar sobre a cabeça de Mallya, só mesmo os bons resultados em pista é que o salvam. Regularmente nos pontos, a Force India é candidata séria a ficar com o sexto posto no Mundial de Construtores, e poderá até fazer alguma gracinha nas pistas onde no ano passado surpreendeu muita gente...

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