sexta-feira, 9 de julho de 2010

As últimas sobre o caso Senna-Kolles-Hispania

O dia de hoje trouxe mais desenvolvimentos sobre o caso Bruno Senna- Colin Kolles. Não só confirmou a arbitrariedade da decisão que Kolles teve no final da tarde de ontem como também trouxe alguns pormenores sobre o caso. A ideia de Kolles era aparentemente de colocar Sakon Yamamoto num treino livre de sexta-feira, no lugar de Senna, para de uma certa forma dar uma prenda de aniversário (Sakon faz 28 anos hoje), acompanhado do "fee" de cinco milhões de dólares.

Algo que Senna reclamou, pois parece que está previsto no seu contrato, que foi assinado antes da chegada de Colin Kolles à equipa. Kolles, que provavelmente viu a sua autoridade ameaçada, decidiu mostrar quem é que manda ali. Mas para evitar males maiores, reuniu-se esta manhã com os empresários de Senna e decidiram que por este fim de semana, o japonês iria guiar, e que até ao final da época, ele continuaria como piloto da Hispania.

Veremos se o contrato é cumprido. Pelo que já falei de Kolles, e do qual já declarei que não sou fã dele há muito tempo, tenho as minhas dúvidas. Mas também num mundo como a Formula 1, não me surpreende. Quando vi o regresso das equipas como a Hispania e a Virgin, e o projecto abortado da USF1, lembrei-me dos anos 80 e 90, quando as minorcas como Onyx, Arrows, Larrousse, Life, Coloni, Osella, Tyrrell, AGS, Rial... alugavam os seus lugares ao melhor preço para completar os seus orçamentos. E foi nessas ocasiões que apareciam "prodigios do volante" como Gregor Foitek, Taki Inoue, Jean-Denis Deletraz, Philippe Adams, Giovanni Lavaggi, Hideki Noda, Max Papis e dezenas de outros, que com malas cheias de dólares, ienes, francos suiços e outras moedas fortes, polvilharam as grelhas da Formula 1.

E a maneira como Senna foi afastado fez-me recuar 19 anos no tempo, para 1991, quando Flávio Briatore, no inicio da sua "brilhante" carreira, correu sem apelo, nem agravo, o brasileiro Roberto Moreno, após o GP da Belgica (onde foi quarto classificado e fez a melhor volta!) para colocar lá Michael Schumacher, mesmo com um contrato assinado pela Jordan até ao final daquela temporada. O Francisco Santos escreveu um artigo, que chamou ao caso de "mercado de gado". Como viram, à distância de duas décadas, nada mudou. O dinheiro è lei, rei e senhor.

E alguns acham que este acordo que se fala foi uma cedência por parte de Bruno para continuar a ter uma chance na Formula 1, de uma certa forma ter algo parecido com o que teve o seu tio. Que precisa de ter uma oportunidade num bom carro, sim. Mas para alguns de nós, este acordo poderá ter sido uma derrota para ele. Não sei dizer isso. Direi que fez valer os seus direitos, não na sua totalidade, pois cedeu no fim de semana britânico, mas para o resto da época. Claro, a minha tese precisa de ser provada, dentro de duas semanas, na Alemanha. Caso contrário, ele e o seu empresário sempre tem os tribunais.

Sem comentários: