Sobre Roland Ratzenberger, escrevi muito ao longo da existência deste blogue. Hoje deveria ser o dia do seu aniversário, e se estivesse vivo, faria um numero redondo: cinquenta.
Nesses meus posts sobre o "Rat", falei sobre a luta que teve para concretizar o sonho da Formula 1, das corridas nas várias categorias, desde a Formula Ford e a Formula 3 britânica, até à Formula 3000 japonesa, onde correu e conviveu com um grupo de expatriados, desde o alemão Heinz-Harald Frentzen até ao irlandês Eddie Irvine, passando pelo americano Jeff Krosnoff, que dois anos depois de Ratzenberger, em Julho de 1996, iria ter um final trágico numa corrida da CART nas ruas de Toronto.
Falei sobre as zangas que teve com a familia, daquilo que teve de vender para poder correr cinco provas na Simtek, sem prespectivas de pontuar ou de conseguir um contrato melhor, apenas para dizer um dia aos seus filhos e netos que esteve na Formula 1. Correu em Le Mans e era um dos melhores na categoria, e no ano em que morreu, tinha previsto alinhar nessa corrida, que aconteceria algumas semanas depois do acidente na Curva Villeneuve, que provocou uma fractura fatal na base do crânio.
Até falei das historietas que envolveram "Rat". Na Formula Ford britânica, participou num episódio de desenhos animados, e no fim de semana do GP do Brasil de 1994, a Simtek recebeu a visita do Zé do Caixão, que "abençoou" aquela que todos diziam ser a pior equipa da Formula 1. Naquele fim de semana, Ratzenberger não conseguiu qualificar-se para a corrida. Cómico, se não fosse trágico.
No último aniversário da sua morte, referi uma frase dita por Emerson Fittipaldi, quando estreou na Formula 1, no GP da Grã-Bretanha de 1970: "Alinhei na última fila, ao lado de Graham Hill, meu ídolo de infância. Se morresse nesse momento, morria feliz. Tinha atingido o meu sonho - alinhar num Grand Prix de Formula 1". A frase que está na sua tumba, em Salzburgo, em alemão, afirma: "er lebte Für sein traum". Viveu pelo seu sonho.
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