Confesso que este final de tarde aqui na Europa tem sido muito movimentada para mim, e vocês tem visto isto com os meus posts. Recebi a noticia da substituição de Bruno Senna a meio do meu post sobre o (agora) possivel encerramento da Playboy Portugal, através de um tweet do jornalista britânico Joe Saward. Acho até que devo ter sido o primeiro a dar a noticia no Brasil... não ficaria admirado.
Agora que já passaram algumas horas sobre o caso, sei que imensa gente no Brasil está pu** com a decisão de Colin Kolles. Com todo o devido respeito, eu não. Porquê? Porque já o vimos trabalhar no passado. Eu já vi: na Spyker, quando lixou a vida de Tiago Monteiro a favor de Cristijan Albers, em 2006, ou mais recetemente, na Force India, quando lixava a vida de Vijay Mallya e Mike Gascoyne. Ambos podem não ser flores que se cheirem, mas Mallya fez uma boa decisão ao correr com os dois, especialmente Kolles.
Já falei, tal como muitos outros ao longo deste ano, sobre a saga da Hispania. Que começou como Campos Meta, que Bruno Senna foi contratado como chamariz de eventuais patrocinadores, que acabaram por não aparecer, que em cenário de quase desespero, Juan Ramon Carabante assumiu as contas de Adrian Campos e chamou Colin Kolles para gerir a equipa. Ficou com Bruno, que trouxe algum dinheiro para a equipa e trouxe o resto: Karun Chandhok, Geoff Wills e mais alguns técnicos, e nos últimos meses, alguns pilotos como Sakon Yamamoto e Christian Klien.
À medida que a temporada continua, via-se que isto era cada vez uma equipa de Kolles. Havia noticias que teria a intenção de levar a estrutura para Munique, que provavelmente não haveria dinheiro para toda a temporada e que, mais cedo ou mais tarde, haveria uma troca de pilotos, seja por causa do dinheiro, ou outras razões. Coincidência ou não, é a segunda vez que Yamamoto substitui alguém: três anos antes, na Spyker, ele substituira Criatijan Albers após uma prestação desastrosa no GP de França, quando arrancou da boxe com a mangueira posta...
O Luis Fernando Ramos, que está lá em Silverstone, falou esta noite sobre as circunstâncias da dispensa de Bruno. Honestamente não estou surpreendido, dado o historial de Kolles. E até acho que este tipo de decisão reflete um pouco, não só dele, mas um pouco o que é a Formula 1. O facto de deixarem uma personagem como esta a trabalhar no pelotão, a tomar as decisões tão unilateral e arbitratiamente, demonstra a falta de escrupulos de Kolles, e a sua má reputação, que agora caiu ainda mais baixo.
E receio que isto seja só o começo. Amanhã vai-se saber se a decisão é para o resto da época ou será apenas para o fim de semana britânico. E muito provavelmente, a próxima vez que Bruno Senna e Colin Kolles se verão, será na barra do tribunal.
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