Três semanas depois da vitória de Michael Schumacher no GP da Europa, em Nurburgring, toda a gente sabia que era uma questão de tempo em ver o piloto alemão a revalidar o título pela segunda vez consecutiva, dado o dominio que estava a ter na temporada. A três provas do campeonato, o piloto alemão tinha um avanço de 27 pontos sobre Damon Hill, e precisava apenas de um quarto lugar para confirmar o seu título em Aida. E ia bem lançado para resolver esse assunto em paragens nipónicas.
Nestas três semanas entre Nurburgring e Aida, aconteceram várias alterações importantes no pelotão. Umas por causa de contratos, outras por causa de dinheiro (ou a falta dela) e um por motivos de saúde. Na Ligier, cumprindo o trato feito por alturas do acordo com a Mugen-Honda, o veterano Aguri Suzuki estava de volta ao cockpit do Ligier para correr no lugar de Martin Brundle, enquanto que na Pacific, depois de terem tentado contratar um local, Katsumi Yamamoto, cuja Super-Licença foi recusada pela FIA, o belga Bertrand Gachot, agora co-proprietário da equipa, voltou para o lugar de piloto. Na Tyrrell, Ukyo Katayama estava de volta dpeois de ter descansado durante uma corrida após o seu acidente na partida do GP de Portugal.
Outro regresso no pelotão da Formula 1 era o de Gianni Morbidelli ao lugar de Max Papis, na Arrows, após oito corridas de ausência. Para finalizar, na McLaren, havia também uma substituição nos pilotos, mas por uma razão mais de saúde: Mika Hakkinen tinha sido internado para remover o seu apêndice e no seu lugar estava o piloto de testes, o jovem dinamarquês Jan Magnussen, que fazia aqui a sua estreia na categoria máxima do automobilismo.
Na qualificação, Damon Hill conseguiu fazer a pole-position, numa primeira fila toda da Williams-Renault, com o seu companheiro David Coulthard ao seu lado. Michael Schumacher era terceiro na grelha, tendo a seu lado o Ferrari de Jean Alesi, que conseguiu ser melhor do que o seu companheiro Gerhard Berger. O Jordan-Peugeot de Eddie Irvine conseguira o sexto tempo. Johnny Herbert, no segundo Benetton, era o sétimo, seguido pelo Sauber de Heinz-Harald Frentzen, enquanto que na quinta fila estavam o Ligier de Olivier Panis e o McLaren de Mark Blundell.
A corrida começou com Coulthard a aproveitar a má partida de Hill para chegar à liderança. O inglês preocupado em evitar que Schumacher o passasse, permitiu ser ultrapassado por Jean Alesi, enquanto que Schumacher foi depois superado pelo Ferrari de Berger, e era esta a ordem ao final da primeira volta. No final da quinta volta, consegue ultrapassar Berger e parte em busca de Hill. Entretanto, na frente, Coulthard cavava a diferença para o segundo, à diferença de um segundo por volta, até à altura dos primeiros reabastecimentos, na volta 18. Aqui, a Benetton foi bastante mais rápida do que a Williams, principalmente depois da mangueira ter ficado presa no carro de Hill, fazendo com que perdesse tempo precioso e ficado atrás de Schumacher.
O alemão tinha também conseguido passar Alesi e era o segundo, partindo á procura de Coulthard pela liderança. Entretanto, Coulthard, que tinha partido com uma estratégia de três paragens, no momento em que parava para reabastecer, viu a sua estratégia modificada para duas, fazendo com que demorasse mais tempo e ficasse mais pesado do que o Benetton. Resultado: quando ele voltou à pista, Schumacher aprovimava-se rapidamente.
Na segunda paragem, na volta 38, Schumacher era segundo, a vinte segundos do escocês. A partir daqui, começou a fazer uma série de voltas rápidas no sentido de o apanhar, e na volta 49, quando Coulthard parou, estava 14 segundos à frente do piloto da Williams... e ainda a alargar a diferença.
Coulthard tentou apanhar Schumacher, mas foi prejudicado pelo trafego no sinuoso circuito japonês, e no final, o alemão vencia pela oitava vez na temporada, conseguindo aos 26 anos ser o piloto mais novo de sempre a conseguir o bi-campeonato. Um recorde batido onze anos depois por Fernando Alonso. Além disso, o título nos construtores também estava praticamente ganho.
Coulthard e Hill o acompanharam no pódio, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficaram os Ferrari de Gerhard Berger, Jean Alesi e o segundo Benetton de Johnny Herbert.
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