sábado, 23 de outubro de 2010

Formula 1 2010 - Ronda 17, Coreia do Sul (Qualificação)

Mesmo que o circuito seja novo, o resultado da qualificação deu algo velho: Sebastien Vettel e a Red Bull conseguiram a pole-position do GP da Coreia do Sul, cuja edição inaugural acontecerá amanhã. Mas se em algumas partes, em algumas qualificações, parecia ser uma questão e quando e onde, aqui, as coisas piaram mais fino, pois o suspense esteve no ar até ao último instante.

Se na Q1 toda a gente estava à espera de quem ficaria com os lugares do fundo da tabela, com Sakon Yamamoto a ser melhor que Bruno Senna, que aparenta estar um pouco desmotivado por estar numa sucata ambulante chamada Hispania (a suspensão quebrada na primeira sessão de ontem foi um bom exemplo), já um pouco mais à frente, o Virgin de Timo Glock acabou por lutar com o Lotus de Jarno Trulli pela melhor posição entre os estreantes, acabando o italiano por levar a melhor. Mas ficou a 1,6 segundos de Vitantonio Liuzzi, o último piloto que ficou de fora da Q1. Mas estes três subirão um lugar na grelha de partida devido à penalização do Renault de Vitaly Petrov, pois este qualificou-se na 15ª posição, e a penalização é de cinco postos devido aos eventos do Japão.

Na Q2, desta vez os Sauber de Nick Heidfeld e Kamui Kobayashi não conseguiram o passaporte para a Q3, batidos pela Williams e pela Mercedes. Mesmo Nick Hulkenberg, que não conseguiu passar para a Q3, ficou à frente dos carros de Peter Sauber. E foi mais ou menos por esta altura que houve um incidente digno de nota... entre os dois veteranos do pelotão. O Mercedes de Michael Schumacher voltou a fazer das suas, ao bloquear o Williams de Rubens Barrichello durante uma volta rápida. Resultado? Os comissários desportivos repreenderam-no. No final. Schumacher e Barrichello irão partilhar a quinta fila da grelha de partida.

O oitavo lugar de Robert Kubica, atrás de Nico Rosberg (5º), Felipe Massa (6º), e Jenson Button (7º), até pode ser considerado como uma desilusão, depois das boas indicações das sessões livres, onde chegou a liderar uma delas. Se foi uma inadaptabilidade dos seus pneus ao circuito ou outra coisa qualquer, esperava-se mais do polaco no seu Renault.

No final da qualificação, os estados de espírito dos três primeiros eram estes: Vettel, o jovem piloto alemão, era uma pessoa feliz no final desta qualificação: "Este resultado é um grande feito para nós porque ontem as coisas não nos correram muito bem. Tentámos algumas coisas que não resultaram e numa nova pista acabei por fazer poucas voltas. Tentámos resguardar um pouco o carro e rodámos pouco, pelo que tivemos de ficar com o que conseguíssemos da qualificação", reconheceu Vettel na conferência de imprensa.

E quanto à corrida de amanhã? Vettel declarou em tom prudente: "Temos de enfrentar cada corrida à medida que surge. O Japão foi bom mas agora estamos na Coreia. Hoje estou muito contente, dadas as dificuldades que tivemos nos treinos. Não consegui entrar no ritmo certo, pelo que isto é um grande feito para nós. O carro era rápido, sem dúvida, mas precisávamos do resultado. O mais importante foi nunca perder a concentração e manter a calma e este resultado mostra que tivemos o suficiente. O nosso trabalho hoje está feito e amanhã vamos ver", acrescentou.

Quanto a Webber, o australiano afirmou que "foi uma sessão muito renhida, fiquei em segundo, o que é melhor do que muitas outras posições". Contudo, reconhece que "seria bom ter ficado com a pole, mas ainda podemos ter um bom resultado a partir de segundo. Hoje correu tudo como planeámos, mas foi renhido. Não fiquei muito satisfeito com a primeira volta feita nos pneus opcionais, pensei que fosse melhor cumprir duas voltas e acabou por não correr mal. A minha segunda volta foi a melhor e penso que foi uma boa volta, mesmo se não a mais rápida", concluiu.

Já o terceiro classificado, Fernando Alonso, estava satisfeito por ser o primeiro dos "outros": "Penso que foi uma boa qualificação, bastante emocionante. Andámos o mais rápido do que esperávamos. O carro estava muito competitivo. Nos momentos decisivos podia ter puxado mais, poderia ter ido mais rápido, mas as expetativas não eram muito altas. Explorámos o potencial do carro ao máximo. Como é costume, as qualificações não costumam ser o nosso ponto forte, mas aqui ficámos muito perto dos Red Bull, o que é bom", afirmou Alonso.

No final, os três primeiros da grelha foram uma imitação da grelha japonesa, com Vettel na frente de Webber e Fernando Alonso, no seu Ferrari, e os três conseguiram fazer tempos na casa do 1.35 minutos (curiosamente, o tempo que previa ontem...)o que significa que estes senhores irão discutir o título até ao fim, pois por muito que a McLaren tente, com Hamilton e Button, a sua janela de oportunidade pode estar a fechar. Em circunstâncias normais, claro... porque em Yeongnam é tudo novo, e existe a possibilidade de chuva para amanhã. Num traçado novo e escorregadio, é mais uma dificuldade para os pilotos.

E Alonso tem consciência disso, pois o seu objectivo é terminar a corrida, se possível bem classificado, para manter intactas as hipóteses do título: "Temos de ter em atenção as previsões meteorológicas. Ainda existem algumas dúvidas quanto à possibilidade de chuva, em especial de manhã. Temos de manter a calma e terminar a corrida. Talvez amanhã os cinco [candidatos ao título] terminem a corrida. Não podemos ser um dos que não terminam a prova e temos de continuar a marcar pontos em todas as corridas e estou certo que ficaremos satisfeitos com isso", afirmou.

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