Entre Spa-Francochamps, palco do GP da Belgica, e Reims, palco de GP de França, houve pelo meio as 24 horas de Le Mans. E por lá aconteceu o ponto de não-retorno para John Surtees e a sua relação com a Ferrari, principalmente com o chefe de equipa Dragoni. Depois de mais uma zanga, Surtees sai de vez da equipa, o que implicava sair também da equipa de Formula 1. Assim, foi para a Cooper, que corria com motor Maserati, enquanto que na Ferrari, Lorenzo Bandini era elevado a primeiro piloto e traziam para a equipa outro britânico, Mike Parkes de seu nome.
A Cooper, agora com Surtees ao lado de Jochen Rindt, tinha também mais um carro para o neozelandês Chris Amon. Na Brabham tinha o seu patrão Jack ao volante, com Dennis Hulme a seu lado. Na Lotus, Jim Clark e Peter Arrundell estavam na equipa, mas na BRM, com Jackie Stewart a recuperar do acidente sofrido na Belgica, Graham Hill corria sozinho desta vez.
Bruce McLaren estava de fora nesta prova, tentando encontrar um motor adequado para o seu carro, mas outro dos pilotos que construiu o seu próprio chassis, Dan Gurney, estava presente. Quanto aos privados, Jo Bonnier e Jo Siffert estavam presentes, o primeiro pela Anglo-Suisse Racing e com um chassis Brabham, e o segundo pela Rob Walker Racing, com chassis Cooper-Maserati. Pela Reg Parnell estava Mike Spence, no chassis Lotus com motor BRM, enquanto que havia mais três inscrições individuais: Bob Andersson e John Taylor, ambos em Brabham, e Guy Ligier, com o chassis Cooper-Maserati.
A qualificação é marcada pelo acidente de Jim Clark. Durante uma das suas voltas, é atingido por um pássaro que o faz partir os seus óculos de proteção e afetar um dos olhos. Incapaz de correr, a Lotus substitui de imediato pelo mexicano Pedro Rodriguez.
No final, a pole-position ficou nas mãos de Lorenzo Bandini, no seu Ferrari, seguido pelo seu ex-companheiro de equipa, John Surtees, no seu Cooper. Mike Parkes, no seu primeiro Grande Prémio da sua carreira, era o terceiro no Ferrari. Na segunda fila estavam o Brabham de "Black Jack", no alto dos seus 40 anos, com o Cooper de Jochen Rindt a seu lado. Jo Siffert era o sexto, seguido por Chris Amon, no terceiro Cooper-Maserati, e o BRM de Graham Hill. A fechar o "top ten" estavam o Brabham-Repco de Dennis Hulme e o Lotus-BRM de Mike Spence.
No dia da partida, perante 150 mil espectadores, entre os quais o primeiro-ministro Georges Pompidou, Surtees saltou para a frente, mas ao fim de cinco voltas, o sistema de combustivel do seu Cooper falha e a liderança cai ao colo de Bandini. O italiano era seguido por Brabham, Hill, Parkes e os Coopers de Amon, Rindt e Siffert. Com o passar das voltas, Hill desiste na volta 13 devido a problemas de motor, e Parkes era terceiro. Poucas voltas depois, Hulme, no segundo Brabham, ultrapassava os Cooper e chegava ao quarto posto, atrás de Parkes.
Tudo indicava que seria uma vitória da Ferrari, mas na volta 32, o cabo do acelerador do carro de Bandini parte-se e Brabham herda o comando para não mais o largar até á bandeira de xadrez.
Quando acontece, Jack Brabham alcançava um feito inédito: tinha conseguido vencer pela primeira vez em seis anos - a sua última vitória tinha sido o GP de Portugal de 1960, no Circuito da Boavista - e tinha alcançado a primeira vitória como construtor e piltoto ao mesmo tempo. Mike Parkes era o segundo, conseguindo o melhor resultado de sempre de um estreante desde a vitória de Giancarlo Baghetti, cinco anos antes, no mesmo circuito. Dennis Hulme conseguia o terceiro posto e o seu primeiro pódio de sempre, seguido pelo Cooper de Jochen Rindt, o Eagle de Dan Gurney - os primeiros pontos da equipa - e o último lugar pontuável iria para John Taylor. Iria ser o seu unico ponto da sua curta carreira.
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