(...) "A parceria da Renault começa numa altura crucial na história da Formula 1: o fim da era Turbo e a aparição dos motores aspirados de 3.5 litros. Em 1986, a então FISA. liderada por Jean-Marie Balestre, anunciou a abolição dos motores Turbo no final da temporada de 1988 e a adopção de motores atmosféricos de 3.5 litros. A Renault, que tinha feito uma revolução na Formula 1 com a introdução do motor Turbo, em 1977, retira-se da competição no final desse ano - apenas como fornecedora de motores, já que a equipa tinha ido embora no ano anterior - e prepara um motor de 3.5 litros para o seu regresso, no ano em que os regulamentos estivessem em vigor, em 1989. Decidem-se pelo V10 a 67 graus e a partir de abril de 1987, sob as ordens do seu diretor técnico, Bernard Dudot, preparam para a nova era.
Por essa altura, Frank Williams precisava de um fornecedor de motores, pois passava por uma época de transição depois da saída da Honda no final de 1987. Os motores Judd tinham sido a solução para 1988, mas os resultados tinham sido modestos. Assim sendo, quando soube que a Renault iria fazer um motor para a nova era, ele e Patrick Head decidiram que eles seriam a solução. O acordo foi anunciado em junho de 1988 e o primeiro FW12 com a nova unidade começa a ser rodado nas mãos de Riccardo Patrese quatro meses mais tarde, em outubro.
Williams e Head pensam em construir um carro totalmente novo à volta deste motor, mas decidiram que uma versão C doi FW12 serviria melhor os seus propósitos e em conjunto com o projetista Enrique Scabaloni, modificam o carro para acolher o motor V10 francês. Com Nigel Mansell de saída para a Ferrari, para o seu lugar veio o belga Thierry Boutsen, vindo da Benetton, enquanto que Riccardo Patrese permanecia na equipa.
A parceria estreia-se no GP do Brasil de 1989 e os resultados são bons: Riccardo Patrese - que batia nessa corrida o recorde de 176 GP's de Graham Hill e Jacques Laffite - é segundo na grelha e lidera a corrida por bastante tempo até ter um problema no alternador e desistir, enquanto que Thierry Boutsen consegue o quarto tempo nos treinos, mas desiste cedo com o motor partido. Os bons resultados continuam ao longo da temporada, até ao GP do Canadá, onde a três voltas do fim, Boutsen herda a vitória quando Ayrton Senna tem problemas de motor. O piloto belga iria conseguir outra vitória em Adelaide, na Austrália, noutra corrida à chuva, mas pelo meio, Patrese iria obter uma pole-position no GP da Hungria. No final do ano, seriam segundos nos Construtores, apenas batidos pela McLaren." (...)
É assim que começa uma das mais bem sucedidas parcerias da história da Williams. Hoje conto no site Pódium GP como é que ao longo de nove temporadas, pilotos como Nigel Mansell, Alain Prost e Ayrton Senna desejaram-se para guiar esse carro, como transformou Damon Hill e Jacques Villeneuve em campeões do mundo e como deu a primeira oportunidade na Formula 1 a David Coulthard.
E os numeros dessa parceria foram impressionantes: cinco títulos de Construtores, quatro títulos de pilotos, 63 vitórias, 76 pole-positions, 65 voltas mais rápidas e 1119 pontos. E a Renault até produziu um carro de estrada para celebrar essa parceria, o Renault Clio Williams. Tudo isto e muito mais no sitio do costume.
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