sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cinco exemplos para recordar: anónimo num ano, campeão no outro


(...) Os dois primeiros anos na Formula 1 tinham sido infernais para este jovem filho de banqueiros. Pediu dinheiro emprestado a vários bancos para poder pagar a sua carreira, primeiro na March, depois na BRM. Os seus familiares, que detestavam o seu estilo de vida, não o ajudaram com um único cêntimo, e por vezes até dificultavam a sua vida em relação ao dinheiro que precisava para continuar a correr. Em 1973, Lauda mostrou o seu talento em algumas provas, mas o máximo que conseguiu foram dois pontos no GP da Bélgica, em Zolder.

Contudo, um dos seus companheiros de equipa, Clay Regazzoni, notou no talento de Lauda e o recomendou a Montezemolo e ao “Commendatore”. Enzo Ferrari, com algum instinto latente – faria o mesmo três anos depois a Gilles Villeneuve – decidiu conceder uma oportunidade a Lauda. O austríaco disse anos depois que o seu salário deu para pagar as dívidas que tinha ao banco.

E nessa temporada, aproveitou para mostrar o seu talento. Logo na sua primeira corrida, um segundo lugar foi suficiente para convencer os céticos de que era uma aposta ganha, e quatro corridas depois, em Jarama, venceu a sua primeira corrida. Conseguiu nova vitória em Zandvoort, e pelo meio obteve mais dois pódios e oito pole-positions, cinco dos quais consecutivamente. Acabou o ano no quarto lugar, com 38 pontos mas as suas prestações o fizeram passar de promessa a confirmação, e no ano seguinte, com o título mundial, à consagração. (...)

A história de como Niki Lauda passou de quase anónimo a um consagrado em apenas uma temporada vale a pena ser referida, pois é uma das cinco qwue conto hoje. Aqui falo de pilotos que antes de lhe ser concedida uma oportunidade para brilhar, não tinham um grande cartão de visita em termos de resultados. Scheckter tinha mais fama de bater carros na McLaren, Lauda tinha pago para andar, Keke Rosberg teve de fazer um teste na Williams contra Jean-Pierre Jarier para ficar com o lugar, enquanto que Graham Hill e Jack Brabham beneficiaram dos carros que foram fabricados. 

E todos eles, curiosamente, acabaram campeões do mundo, fosse no ano em que deram nas vistas, fosse anos depois. E Keke Rosberg tem um feito unico: foi campeão do mundo depois de na temporada anterior não ter conseguido qualquer ponto, pois tinha corrido pela Fittipaldi. Todos estes casos são contados hoje no site Portal F1.com.  

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