Toda a gente sabe que Monza é um clássico do automobilismo. A pista existe há quase um século, e já viu de tudo: as grandes vitórias discutidas ao milimetro e as tragédias que ceifaram as vidas de pilotos e espectadores. Títulos mundiais foram ganhos por ali e festas foram feitas, mas também se chorou as perdas de pilotos talentosos, vítimas de carambolas ou erros do qual pagaram o preço mais alto.
Mas no meio disto tudo, em termos de Formula 1, o que Monza viu por uma só vez em 63 anos de história foi... chuva. Houve uma ameaça em 1981, por certo, mas essa corrida foi essencialmente em pista seca. Corrida a sério com a pista molhada foi o que aconteceu em 2008, com os pilotos da frente de então - Kimi Raikkonen, Felipe Massa e Lewis Hamilton - a cometerem erros e a darem a oportunidade de brilhar a um jovem alemão que estava na Toro Rosso, chamado Sebastian Vettel. Não só deu a pole-position como fez uma prova certa e sem erros, conseguindo ali a sua primeira vitória da sua carreira.
Cinco anos se passaram e Vettel voltou a ter a "pole-position" em Monza, mas agora têm agora três títulos mundiais (e um quarto a caminho) 31 vitórias e 40 pole-positions. E têm apenas 26 anos. E como em 2008, havia uma ameaça: a da chuva. O tempo estava nublado, e o aparecimento da chuva era uma possibilidade real de acontecer na pista italiana, colocando algumas interrogações sobre o que esta poderia ser de diferente.
A corrida começou previsivel: com Vettel na frente e os Ferrari logo a seguir, mas os primeiros estragos aconteceram na segunda chicane, quando Paul di Resta e Romain Grosjean colidiram com o escocês a ficar para trás, enquanto que o francês continuava a corrida.
Aos poucos, Vettel afastava-se dos Ferrari, ganhando imenso tempo sobre Alonso. Atrás, Hamilton perdia lugares, perdendo ritmo para a concorrência. Mas na 13ª volta, a Mercedes avisa Hamilton que tinha um furo lento e ia às boxes. Mas o inglês somente foi para lá duas voltas depois. A seguir, enquanto Webbber pressionava Massa pelo terceiro lugar, Jean-Eric Vergne desistia, com o motor Ferrari quebrado, quando seguia no nono posto.
Após a passagem dos lideres para as boxes, para a única paragem que fariam na corrida, a grande mudança foi a de Webber a passar Massa na luta pelo terceiro posto. Mal se sabia que as coisas iriam ficar por ali, e assim, as atenções andaram mais para o meio do pelotão, onde as águas andavam mais agitadas. Hamilton - que tinha problemas com o seu rádio - decidiu com a equipa que iria fazer duas paragens, o que fez-se afundar inevitavelmente no meio do pelotão. Entretanto, Alonso e Webber duelavam pelo segundo posto, captando as atenções das pessoas em casa, mas a coisa era ilusória: o australiano tinha problemas com a sua caixa de velocidades e não conseguia apanhar o espanhol para tentar uma dobradinha da Red Bull na casa da Ferrari.
Assim sendo, na parte final da corrida - e já com a certeza de que a chuva não iria chegar a Monza - o grande centro das atenções passou a ser Hamilton. Com os pneus mais frescos e largado no meio do pelotão, graças às duas paragens, começou a apanhar os pilotos com os pneus mais gastos e fazia passagens umas atrás das outras, escalando na classificação geral. Na última volta, parecia que iria apanhar Grosjean no oitavo posto, mas na segunda chicane, a Vialone, ele exagerou e ficou-se pelo nono posto.
Na frente, claro, nada de novo: Vettel vencia em Monza como há cinco anos, mas sem chuva. Com quase dez segundos atrás de si aparecia Alonso, com Webber colado à sua caixa de velocidades. Massa era o quarto, na frente de Nico Rosberg de uns excelentes Nico Hulkenberg e Daniel Ricciardo, ambos a conseguirem - ou a igualarem, no caso do australiano - os melhores resultados da temporada. Ambos na frente de Grosjean, Hamilton e Jenson Button, que "salva o dia" com apenas um ponto.
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