Confesso que esqueci de colocar aqui o habitual excerto da minha crónica mensal no site Nobres do Grid, mas como por aqueles dias estava envolvido nos artigos sobre a temporada de 1976 de Formula 1, que foram pano de fundo para "Rush", ficou para segundo plano. Mas o assunto deste mês surgiu depois de uma leitura por parte de outra "petrolhead", a venezuelana Serena Navarrete, tentando explicar a razão porque Sebastian Vettel é uma pessoa assobiada nos pódios. E ela liga isso à sua (não presença) às redes sociais.
Eis um excerto:
"Nestes tempos de redes sociais, Facebook, Youtube e outros, onde esta geração cumpre em pleno a profecia da "aldeia global" ditada 50 anos antes pelo professor canadiano Marshall McLuhan, sabemos que não aparecer por aí quase significa "estar morto para a sociedade". E é para que nos mostremos quem somos e o que fazemos por aqui que temos toda esta parafernália: escrevemos em blogs, colocamos fotografias em Instagrams, dizemos os nossos estados de alma no Facebook e no Twitter, para que os nossos amigos, familiares e fãs nos saibam o que estamos a fazer. E o fazemos quer no nosso computador, quer cada vez mais frequentemente, nos nossos "smartphones" celulares, que na sua outra face mais nos viciam, tornam-nos escravos do instante.
Inevitavelmente, toda a gente quer lá estar nas redes sociais, e a Formula 1 não é excepção. Os pilotos têm, as equipas têm – quer em termos oficiais, quer em termos oficiosos, como o “Horse Whisperer”, da Ferrari; e o “Red Bull Spy”, da marca austríaca; os jornalistas; os canais de televisão; os blogueiros e até os humoristas. Sim, existem falsas contas de pessoas famosas só com objetivos humorísticos! Todos eles estão no Twitter, e eles estão todos mais acessíveis do que nos poderiam fazer imaginar. Para o ser humano dito “normal”, ter os seus ídolos do outro lado e interagir com eles sem intermediários é algo extraordinário.
Mas este também é um mundo totalmente novo para muita gente e não tem aquilo que os meios de comunicação ditos “normais” têm: filtros. E os filtros os impedem de cometer uma “gaffe” do qual milhares farão “retweet” (RT) e do qual será tema de conversa por dias a fio, por exemplo. Ou de serem politicamente incorretos com uma mensagem inapropriada, como já aconteceu no passado com outros desportistas, de outras modalidades. No Twitter, ao contrário de outras redes sociais, são eles mesmos que falam, e logo, têm de haver mais cuidado, onde no Facebook, por exemplo, as suas páginas oficiais podem ser feitos por alguém contratado por eles."
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