Havia muita expectativa em relação à corrida da Coreia do Sul. Não tanto em relação aos carros ou ao campeonato em si, mas em relação ao tempo. Depois do aviso de tufão, havia a expectativa de que a corrida iria ser debaixo de chuva, pois o tufão não iria passar muito longe dali - embora mais longe do que o inicialmente previsto. Contudo, no dia da corrida... essas expectativas saíram goradas. O céu estava nublado, mas as chances de chuva eram mínimas, pois o tufão estava mais longe e tinha-se dissolvido mais depressa do que o esperado.
A desilusão era de facto grande, mas isso não impedia de esperar que as coisas saissem bem no circuito de Yeongam. O público apareceu em magotes neste domingo - vale o facto de haver uma ligação direta em comboio de alta velocidade - mas havia bancadas vazias naquele circuito construído no meio de nenhures, onde o motel é o meio de dormida de eleição. Sebastian Vettel estava na frente, ladeado por Lewis Hamilton e o Lotus de Romain Grosjean.
A partida começou com Vettel a ir embora em relação à concorrência, seguido por Rosberg e Grosjean. Atras, o pelotão juntava-se e na curva 3, houve toques, com Felipe Massa a ser o pior, sendo tocado por Fernando Alonso e despistado, caindo para o fundo do pelotão. Enquanto alguns caiam, outros subiam imenso, como Pastor Maldonado, que saltou de 18º para nono.
Nas voltas seguintes, as coisas andavam calmas, com Webber a subir alguns lugares enquanto que Button teve de trocar de nariz por causa dos toques na primeira volta. Mas com o passar das voltas, os pilotos começaram a parar nas boxes devido ao desgaste dos pneus. Grosjean pára na volta 11, ao mesmo tempo que Rosberg e Ricciardo. Na volta seguinte, foi a vez de Vettel, e na volta 13, foi de Webber.
Após as paragens, Hamilton tentou superar Grosjean, mas não conseguiu. E a seguir, a corrida chegou a um adormecimento, pelo menos nas posições da frente. Mas depois, as atenções centraram-se em Hulkenberg, que sofria com o asédio de Alonso, Kimi Raikkonen e Mark Webber. Ele aguentava todas as tentativas de ultrapassagem, mesmo que os pneus não dissessem o mesmo.
Depois vieram os problemas dos Mercedes. Primeiro, foi Hamilton a queixar-se dos pneus, e isso fazia com que Rosberg aproximasse ao ritmo de dois segundos por volta. E na volta 29 - uma depois de Paul di Resta ser a primeira desistência da corrida - Nico Rosberg apanha-o, no preciso momento em que a asa cai na pista! Claro, as faiscas fizeram lembrar o passado, mas o alemão tinha de parar, fazendo com que Hamilton tivesse de esperar até que resolvessem o problema.
Mas na volta 31, foi pior: o pneu de "Checo" Perez delamina-se e os destroços ficam no meio da pista, obrigando a entrada do Safety Car para poderem retirar esse pedaço. E isso foi o pretexto ideal para irem às boxes, como Vettel, Webber (que estava atrás de Perez e sofreu um furo) e Grosjean. A corrida foi neutralizada até à volta 37, mas foi sol de pouca dura. Apesar de Hulkenberg ter passado Nico Rosberg, Adrian Sutil despistou-se e bateu em Mark Webber. Imediatamente depois, o Red Bull do australiano pegou fogo. E a seguir, os bombeiros tiveram de entrar e o SC também esteve na pista.
A bandeira verde é agitada na volta 41, e a partir dali, Hamilton começou a pressionar Hulkenberg pelo quarto posto, mas apenas na volta 48 e que o passou... mas o alemão voltou ao lugar na curva seguinte. Hamilton não deixou de tentar, mas o Sauber do alemão conseguia resistir aos ataques.
E conseguiu resistir até ao fim, enquanto que na frente, Sebastian Vettel vencia pela 34ª vez na sua carreira, na frente dos Lotus de Kimi Raikkonen - excelente corrida, vindo de décimo para segundo - e de Romain Grosjean. Hulkenberg foi o herói da corrida, conseguindo levar o carro ao quarto posto, a sua melhor classificação de sempre e a melhor da Sauber nesta temporada, na frente de Hamilton e Alonso, que recolhendo apenas oito pontos, fez com que a diferença subisse para 77. Assim sendo, Vettel arrisca-se a ser campeão... em Suzuka!
Mas agora, despedimo-nos de Yeongam. Apesar de não haver tufões, a corrida foi tão agitada como se esperava, graças aos Safety Cars e os bombeiros "à la anos 70". Espera-se que esta despedida seja definitiva, e que o promotor seja inflexível com Bernie Ecclestone, ou que Kim Jong-un mande um míssil para aquela zona, pois confirma-se a cada ano que a Formula 1 vai para um circuito situado numa zona de nenhures, onde nada é construido por ali e os motéis continuam a ser o meio de dormida de eleição.
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