Foi o primeiro Alfa Romeo a usar
o motor Turbo, e foi ironicamente o último chassis desenhado por Gerard
Ducarouge. Em termos de carreira, este foi provavelmente o carro com melhor
palmarés na segunda passagem da marca italiana na Formula 1, conseguindo dois
pódios e mais algumas boas marcas na competição, na temporada de 1983. Mais de
trinta anos depois, hoje falo do Alfa Romeo 183T.
Desenhado por Gerard Ducarouge, o
chassis, feito em fibra de carbono, foi uma evolução do 182, adaptado aos novos
regulamentos da FISA, que baniram o efeito-solo e obrigaram os carros a ter um
fundo plano. A grande novidade era o motor: um V8 Turbo, que dava aos pilotos um
aumento significativo de potência, para os 640 cavalos. Contudo, apesar disso,
este não era um carro tão potente como os V6 da Renault ou Ferrari, ou os
quatro cilindros em linha da BMW, que já andavam a rondar os 850 cavalos. E
havia outro problema, que em 1983 estaria mitigado, devido aos reabastecimentos:
o consumo.
O carro estreou-se na primeira
prova do ano, o GP do Brasil, mas a corrida foi marcada pela polémica, com
Andrea de Cesaris a ser desclassificado nos treinos devido a não ter parado
para uma verificação de peso. Contudo, quando o mesmo aconteceu a De Cesaris na
primeira sessão de treinos do GP de França, em Paul Ricard, a arca italiana decidiu
despedir, sem cerimónias, o projetista francês. No seu lugar veio Mário Tolentino,
que decidiu continuar a desenvolver o carro.
A primeira vez que os Alfa Romeo
dão nas vistas em corrida será no Mónaco, onde Mauro Baldi chega à sexta
posição, conseguindo o primeiro ponto da equipa na temporada. Depois, na
Bélgica, quando De Cesaris faz um arranque-canhão e fica na liderança por
algumas voltas, antes do seu motor explodir. Contudo, fez a volta mais rápida
nessa corrida.
Mas os melhores resultados
aconteceram na segunda metade da temporada. No GP da Alemanha, no veloz
circuito de Hockenheim, De Cesaris consegue levar o carro até ao fim, e fá-lo
na segunda posição, atrás apenas de René Arnoux, o vencedor. Baldi volta a
pontuar em Zandvoort, com um quinto posto, antes de De Cesaris pontuar nas duas
últimas corridas do ano: um quarto lugar em Brands Hatch e novo pódio, um
segundo lugar, no GP da África do Sul, em Kyalami.
No final, a marca italiana
consegue o seu melhor resultado desde o seu regresso, com 18 pontos, terminando
no sexto lugar no campeonato dos Construtores. E isso deu esperanças para a
temporada seguinte, mas a abolição dos reabastecimentos, limitando os depósitos
aos 220 litros, iria causar estragos nos consumos dos motores. E o motor V8
Turbo era dos mais gulosos…
Ficha Técnica
Chassis: Alfa Romeo 183T
Projetista: Gerard Ducarouge e Mário Tolentino
Motor: Alfa Romeo V8 Turbo de 1.5 litros
Pneus: Michelin
Pilotos: Andrea de Cesaris e Mauro
Baldi
Corridas: 15
Vitórias: 0
Pole-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 1 (De
Cesaris 1)
Pontos: 18 (De Cesaris 15, Baldi 3)
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