Em 1980, Dan Gurney era o chefe da Eagle. Já não corria há dez anos, e pelo meio, tinha começado um movimento para que as equipas saíssem da USAC para formar a CART. Contudo, o seu prestigio como piloto continuava intacto, especialmente na NASCAR, onde tinha uma das trajetórias mais vitoriosas na categoria.
Como já foi dito, era em Riverside que Gurney se sentia "em casa". O piloto tinha ganho por cinco vezes nessa categoria, quatro vezes de forma consecutiva, entre 1963 e 1966, com mais uma em 1968. Também andara bem em Daytona, onde fora quarto em 1962 e quinto em 1963. Mas a sua passagem pela categoria era mais ocasional do que outra coisa, já que se sentia bem quer na USAC, quer na Formula 1, ou na Endurance.
Contudo, um dia, em 1980, já com 50 anos, Gurney foi chamado pelo presidente do circuito, Les Richter, para guiar numa prova da Winston Cup, a bordo de um Chevrolet com as suas cores, azul e branco. Ao seu lado, tinha uma jovem estrela em ascensão chamada Dale Earnhardt. Usando o numero 48, em homenagem a Richter - que tinha sido um antigo jogador da NFL - ele pediu a Gurney que fosse à escola de pilotagem criada por Bob Bondurant, que correra com ele quer na Formula 1, quer na Endurance. A ideia era fazer um curso de reciclagem, em termos de pilotagem para saber se estava em condições de pilotar.
Acedendo ao pedido, Gurney foi ter com Bondurant, e após a lição, Richter foi ter com ele. O diálogo foi mais ou menos assim:
- Então, como é que ele foi.
- Então, como é que ele foi.
- Ele não precisava de uma reciclagem
- Ah não, então porquê?
- Ele não só está em condições como continua a ser mais veloz do que eu!
- Ah não, então porquê?
- Ele não só está em condições como continua a ser mais veloz do que eu!
Passado este obstáculo, foi feito o anuncio de que Gurney iria regressar às corridas, e o público acedeu aos magotes a Riverside. A corrida foi disputada e ele, mesmo com a idade e os anos afastado do volante, parecia que nunca tinha largado o volante. Era como andar de bicicleta: nunca se tinha esquecido. Infelizmente, não chegou ao fim: a transmissão cedeu a meio da prova, quando seguia na terceira posição.
Depois disto, Gurney pendurou o capacete de vez, cuidando da Eagle e da AAR, na CART. Saiu dela em 1986, regressando dez anos depois com os motores Toyota, sem grande sucesso. A AAR continua hoje, construindo chassis (foram eles que fizeram o famoso Deltawing), enquanto que Gurney vive a sua reforma dourada, já tendo visto nos últimos anos o seu nome inscrito no International Motorsports Hall of Fame, no Motorsports Hall of Fame of America, no Sebring International Raceway Hall of Fame e no West Coast Stock Car Hall of Fame.
Assim sendo, Feliz Aniversário, Dan!
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