A corrida mexicana tinha tudo para que o campeonato fosse decidido neste domingo: bastava a Lewis Hamilton conseguisse dez pontos para que fosse coroado tetracampeão do mundo, dois anos depois do seu último campeonato. Sebastian Vettel, contudo, tinha um bom carro, suficiente para ficar na frente dos Mercedes, e provavelmente, arrastar a decisão do campeonato para Interlagos. Mas tla coisa era altamente improvável, pois bastava Hamilton não ter problemas e gerir a sua corrida para conseguir o que queria: ser campeão do mundo de pilotos pela quarta vez na sua carreira.
E quase meio século desde a última vez, o título de campeão poderia ser decidido em terras mexicanas.
Ainda antes da corrida, havia mais uma alteração na grelha, quando Daniel Ricciardo teve de trocar o seu motor, perdendo então dez lugares.
Com todos usando os ultramoles (excepto Alonso e Hartley, que iriam usar os supermoles), a corrida começava com Max Verstappen a atacar a liderança de Vettel de forma musculada, conseguindo passar o alemão. Na terceira curva, Vettel e Hamilton tocavam-se e o inglês acabou por furar o seu pneu traseiro direito, fazendo com que ambos se arrastassem até às boxes, acabando na segunda volta no fundo do pelotão. Houve investigação, mas no final, tudo foi considerado como um incidente de corrida.
De uma certa forma, a urucubaca que os brasileiros queriam, para que o campeonato acabasse em Interlagos, parecia estar a funcionar.
Na frente, Max Verstappen afastava-se de Valtteri Bottas, enquanto que Esteban Ocon e Nico Hulkenberg estavam logo a seguir. Daniel Ricciardo acabou por retirar na sexta volta, por causa de uma das unidades de energia, o MGU-H, ter falhado, depois de ter feito uma recuperação razoável do fundo do pelotão.
A partir dali, os três primeiros estavam afastados uns dos outros, enquanto que em termos de lutas, Vettel e Hamilton começavam a tentar recuperar lugares. Mas numa corrida como esta, numa alta altitude, e com os turbo a sofrer, iria ser complicado.
Na volta 19, Perez vai às boxes para trocar para os softs, na mesma altiura em que o circuito colocava os punhos no ar, na homenagem que a cidade fazia por causa dos afetados do terramoto do passado dia 19 de setembro. Por esta altura, enquanto Vettel passava piloto atrás de piloto para chegar o mais depressa possivel ao "top ten", Hamilton não conseguia sair do último posto, atrás de Carlos Sainz Jr., e estava cada vez mais próximo de perder uma volta para Max Verstappen. O que aconteceu na volta 21.
Essa foi a mesma volta onde Esteban Ocon parou nas boxes, perdendo o terceiro posto para Kimi Raikkonen. E as coisas andaram calmas até à volta 26, quando Nico Hulkenberg abandonou a corrida. Isso fazia com que Vettel entrasse nos pontos, sem ter de passar (ainda) Fernando Alonso. Na volta 30, era a vez de Marcus Ericsson (que era oitavo!) de para nas boxes, enquanto que só agora é que Lewis Hamilton saía do último lugar, depois de ter passado Pascal Wehrlein.
Na volta 33, Brendon Hartley foi o terceiro piloto a desistir, e isso foi mais do que suficiente para que decidirem colocar o Safety Car Virtual, mais do que suficiente para que alguns pilotos parassem e trocassem de pneus, como Raikkonen e Vettel, colocando ultramoles.
Na volta seguinte, tudo voltou ao normal, com Max Verstappen na frente, quase oito segundos na frente de Bottas e Raikkonen. O holandês começou a afastar-se do finlandês, enquanto que Vettel chegava-se ao sétimo posto, mas para o seu objetivo, iria ser bastante difícil. Contudo, ele conseguiu na volta 51, quando passou Sergio Perez. O mexicano decidiu ir logo para as boxes, tentar a sua sorte com os ultramacios. Quatro voltas depois, o alemão passou Lance Stroll e era quinto.
Na volta 57, Hamilton chegou por fim aos pontos, ao mesmo tempo que Sebastien Vettel conseguiu passar Esteban Ocon e ficar com o quarto posto. Contudo, é tudo insuficiente para as coisas serem arrastadas para Interlagos, pois para isso acontecer, Vettel teria de ser segundo. E isso não iria acontecer tão cedo...
Ao mesmo tempo, Marcus Ericsson era a quarta retirada da corrida, devido a problemas com o seu motor.
A partir dali, Vettel não poderia apanhar Raikkonen, pois ele estava muito longe (cerca de 23 segundos), enquanto que Hamilton tinha Magnussen e Alonso ao seu alcance. Contudo, não conseguia apanhá-lo o suficiente para subir na classificação e assim resolver o assunto de vez. Apenas na volta 69 é que o inglês conseguiu passar o McLaren do espanhol, numa altura em que Kevin Magnussen desaparecia na frente deles...
Mas no final da corrida, tudo ficava resolvido. Max Verstappen era o vencedor da corrida, a sua segunda vitória do ano, com Valtteri Bottas a ser segundo no Mercedes e Kimi Raikkonen no lugar mais baixo do pódio. Vettel foi apenas quarto classificado, insuficiente para prolongar o campeonato. Ainda por cima, o nono posto de Hamilton, mesmo em cima de Magnussen, era suficiente para terminar tudo ali: Hamilton era tetracampeão do mundo.
Hamilton decidiu comemorar no meio do povo, um pouco diferente daquilo que se costuma ver noutros lados. E de uma certa forma, este campeonato acabou em festa, numa era onde os Flechas de Prata continuaram o seu domínio... mas lutaram para o manter.
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