Ayrton Senna comemora mais uma vitória, nas ruas de Monte Carlo, na objetiva de Paul-Henri Cahier. Provavelmente não foi a mais épica das suas vitórias, mas foi aquela que lhe deu o título que era de Graham Hill: o de "rei no Mónaco", o maior vencedor nas ruas do Principado, desde 1929.
Contudo, há fatores interessantes desse dia. Senna não dominou essa corrida - herdou-a. Herdou-a da penalização de Alain Prost à partida e dos problemas que Michael Schumacher teve no seu Benetton, pois caso contrário, poderia ter ficado com o lugar mais baixo do pódio e ter ficado para sempre empatado com Graham Hill.
Mas a testemunhar no pódio estava o filho dele, Damon. Aos 32 anos, era "rookie" na Williams e conseguia ali o seu terceiro pódio da sua carreira, e via o recorde do seu pai cair. Curiosamente... nunca ganhou lá, tivemos de esperar até 2014 para ver o primeiro filho vencedor de um pai vencedor, neste caso Nico Rosberg, filho de Keke. Mas Damon sempre disse que o título estava bem entregue, de alguém que ao longo desses anos, sempre se sentiu em casa e sempre deu espectáculo naquelas ruas. Deu na primeira vez que andou, à chuva, e nove anos depois, da última vez que lá esteve. No lugar mais alto do pódio.
Vinte e cinco anos depois, o seu recorde irá durar por, provavelmente, mais uma geração. Nico Rosberg venceu três vezes seguidas antes de se retirar, e Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Fernando Alonso tem ambos duas vitórias. E os três já chegaram à casa dos trinta anos. Ou seja, não há muito tempo pela frente para os três, a não ser que os vejamos correr na próxima década. E quantos dos que, na grelha de partida do próximo domingo, não serão futuros vencedores?
Em suma, este é um recorde que vai permanecer para além das vidas e das gerações.
1 comentário:
Os místicos diriam que "estava escrito" que Schumacher não conseguiria bater esse recorde, nomeadamente pelos problemas que teve ou atraiu em 1993, 1996 e 2004.
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