Nunca um campeonato começou tão tarde assim como foi o de 1963. Quase em junho, a Formula 1 iniciava a sua temporada nas ruas do Principado, já que as suas saídas exóticas - Estados Unidos, México e África do Sul - ficaram para o final do ano, em novembro e dezembro.
O campeonato anterior encerrara com um duelo entre Graham Hill e Jim Clark, BRM contra Lotus, convencionalidade contra inovação, já que o modelo 25 da marca de Colin Chapman era o primeiro monocoque de aluminio, mais leve e mais resistente.
Clark e Hill mantiveram-se nos seus lugares, e os seus companheiros de equipa eram os mesmos: Trevor Taylor na Lotus, Richie Ginther na BRM.
A grande novidade tinha sido na Ferrari, onde John Surtees tinha sido contratado. "Big John" corria para uma equipa vasta, com compromissos na Endurance. E no Mónaco, teria como companhia o belga Willy Mairesse. A Cooper também alinhava com dois carros, para Bruce McLaren, o vencedor do ano anterior, e o sul-africano Tony Maggs. Jack Brabham tinha já montada a sua equipa, mas apenas havia um carro, para o americano Dan Gurney, vindo da Porsche, que se tinha retirado no final da temporada anterior. Quanto a "Black Jack", iria guiar um Lotus.
Se a Porsche estava de fora, esperavam-se mais duas equipas, ATS (Automobili Turismo & Sport) e a Scirocco. A primeira, constituida por um grupo de renegados da Ferrari, tinha inscrito o ATS 100 com Phil Hill e Giancarlo Baghetti como pilotos, mas o carro não estava pronto para o Mónaco. E a mesma coisa para a Scirocco, que tinha inscrito o britânico Ian Burgess e o americano Tony Settember para os guiar.
Dos privados, os destaques eram a BRP e a Rob Walker. A primeira corria com o escocês Innes Ireland e o americano Jim Hall, enquanto que a segunda tinha o suíço Jo Siffert e o sueco Jo Bonnier, que andava nesta corrida com um Cooper. A Reg Parnell Racing tinha dois pilotos no Mónaco, o veterano Maurice Trintignant e o novato Chris Amon, na altura com... 19 anos, contrastando com os 45 do piloto francês!
No final da qualificação, Clark ficou com a pole, com Graham Hill a seu lado, quase uma repetição de 1962. John Surtees foi o terceiro, no seu Ferrari, seguido de Richie Ginther, no segundo BRM. Innes Ireland, no LOtus-BRM da BRP era o quinto, seguido do Brabham de Dan Gurney. Willy Mairesse era o sétimo, no segundo Ferrari, na frente de Bruce McLaren, no seu Cooper, do segundo Lotus de Trevor Taylor e do segundo Cooper do sul-africano Tony Maggs.
A corrida começou com Hill a ser melhor que Clark na partida, ficando com a liderança. Ginther segurava Surtees no terceiro lugar, e enquanto isso acontecia, os dois primeiros afastavam-se do resto do pelotão.
Clark e Hill trocavam de posições com frequência, causando emoção entre os presentes e deixando indefinição quanto ao resultado final.
Contudo, na volta 78, a caixa de velocidades do piloto escocês cedeu e o duelo foi decidido a favor de Hill, que parecia ter um bom começo de temporada, rumo à vitória, a primeira nas ruas do Principado. E foi uma dobradinha, pois Ginther foi segundo classificado, na frente de Bruce McLaren, no seu Cooper.
Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Ferrari de Surtees, o Cooper de Maggs e o Lotus de Taylor.
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