Há precisamente 40 anos, o efeito-solo era o assunto do momento. A Lotus tinha colocado o seu modelo 79 na pista e dominava a competição, e ninguém parecia arranjar um carro capaz de os contrariar. Até que Gordon Murray apareceu em Anderstorp com uma grande ideia para andar a par dos Lotus: o Brabham BT46B.
A ideia era simples: um grande ventilador por baixo do motor flat-12, com o intento de o refrigerar, mas também servia para sugar o ar a fazer o mesmo procedimento que os carros da Lotus. Contudo, não era uma asa invertida...
Ao contrário do Lotus, o carro não foi bem recebido. Tyrrell e Copersucar duvidaram da legalidade do carro e reclamaram, mas os comissários deixaram-o entrar na corrida. O carro andou bem, não o suficiente para ficar com a pole-position. Isto porque Bernie Ecclestone, o patrão da marca, pediu para que andassem com os depósitos cheios. Mas foi o suficiente para serem segundo e terceiro classificados na grelha.
No final da corrida, Lauda venceu sem dificuldades, diante de Ricciardo Patrese e Ronnie Peterson. Mas depois no final, a FIA aparentemente proíbiu de correr esse carro, e passou à história como sendo o carro perfeito: uma corrida, uma vitória. Pelo menos é a versão que se sabia há muitos anos.
Contudo, recentemente, soube-se que não fora assim. A FIA tinha dado à Brabham autorização para usar o carro por mais três corridas: França, Grã-Bretanha e Alemanha. Contudo, Bernie Ecclestone, que na altura queria ser o chefe da FOCA, Formula One Constructors Association, decidiu retirar o carro para ganhar os favores das outras equipas, já que tinha sido protestado por algumas delas. Retirar o carro de cena seria uma prova de boa vontade para elas. De uma certa forma resultou: Ecclestone foi eleito o presidente da FOCA no final do ano, apesar de Murray ter ficado zangado com a decisão do seu patrão.
E de uma certa maneira, mais do que um carro bom demais, também é a história de como o anão deu o seu primeiro passo para dominar a Formula 1 por mais de 35 anos...
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