Muitos pensam que a África do Sul foi o único país de África a receber a Formula 1. Esta fotografia prova o contrário, só que poucos se lembram porque só aconteceu por uma vez e foi a primeira onde os carros da categoria máxima do automobilismo andaram. E ainda por cima, essa única vez foi uma onde se decidiu o campeonato, faz hoje 60 anos.
De uma certa forma, foi o encerramento de uma temporada marcante. A retirada de Juan Manuel Fangio, as mortes de Peter Collins e Luigi Musso, mas sobretudo, o fim da hegemonia italiana e a passagem da torcha para os britânicos, que também inaugurou a era dos motores colocados na posição central-traseira. E claro, de Mike Hawthorn e Stirling Moss.
À chegada desta corrida, todos sabiam que o campeão iria ser britânico. Não se sabia se seria um campeão com um carro britânico ou com um carro italiano. Acabou por ser o pragmático Hawthorn a vencer contra o prolófico e veloz Moss, que trocou de carro por três vezes - Cooper, BRM e Vanwall - para depois acabar um ponto atrás de Hawthorn.
Se para Moss foi frustrante, para Hawthorn foi um alívo. Sofria por Peter Collins, seu amigo, morto dois meses antes no Nordschleife, e sofria pelas suas dores físicas, pois aos 28 anos, tinha dores nos rins, um deles já falhava e o outro não estava totalmente funcional. Especula-se até hoje que ele poderia de nefrite, e nesses tempos, isso não lhe daria muito tempo de vida. De uma qualquer forma, ele sabia que a sua vida iria ser curta e queria aproveitar o pouco tempo que lhe faltava, e não queria fazer a guiar carros.
Ironia das ironias: Hawthorn iria morrer dali a três meses, num acidente de viação. Moss iria guiar por mais três temporadas, mas nunca iria ser campeão.
Quanto a Marrocos, a Formula 1 nunca mais apareceu por lá.
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