Sebastien Loeb em ação no Rali de Sanremo do ano 2000, a bordo de um Toyota Corolla WRC.
A noticia de que Sebastien Loeb iria voltar ao WRC, num programa parcial, para o próximo Mundial de ralis tomou muitos em choque. E mais: o veterano piloto francês, de 44 anos, vai fazer seis provas do WRC 2019 a bordo de outro carro que não um Citroen.
Em 22 anos de carreira, foram poucos os ralis em que não correu com um dos carros da marca do "double chevron", um deles este que mostro na imagem. Acabou no décimo posto, que na altura não dava pontos.
Noutra altura do campeonato, a transferência de Loeb para outra equipa que não a Citroen teria dado enormes ondas de choque, e seria comparado na Formula 1 à transferência de Michael Schumacher da Ferrari para outra equipa. Pelo menos, seria assim na década passada.
Contudo, Loeb tem andado desde há algum tempo a ter uma imagem de piloto mais completo, sem estar ligado quer à Citroen, quer ao WRC. Fez GT, foi segundo classificado nas 24 Horas de Le Mans, andou no WTCC e agora no WRX, em carros da Peugeot, que faz parte do mesmo grupo que a Citroen. E fez o Dakar. aliás, por causa disso, o seu mês de janeiro vai ser bem preenchido, porque primeiro andará nas areias do Peru, e logo a seguir, ele e o seu fiel navegador, o monegasco Daniel Elena, apanharão um avião para Monte Carlo e embarcar num i20 WRC ao lado de Thierry Neuville e Andreas Mikkelsen para tentar vencer de novo o rali de Monte Carlo.
Ele sempre afirmou que a sua vitória na Catalunha foi um catalisador para este regresso, para mostrar aos mais novos que continua a ser um dos melhores pilotos da sua geração, mas fazer isto contra pilotos como Thierry Neuville, Sebastien Ogier ou Ott Tanak, parece ser escusado. E se calhar prejudica outros pilotos que gostariam de andar num carro oficial. No meio desta operação, o mais prejudicado é Dani Sordo, que tinha inicialmente um programa de dez provas, mas fica reduzido a seis provas. E esqueçam Hayden Paddon, que se calhar andará num R5. Ele, que venceu provas do WRC...
Que tem a capacidade de vencer provas, lá isso têm. O que isto vai fazer ao Mundial de 2019, é desconhecido. O risco de se tornar numa salganhada, onde Ford e Citroen se diminuirão a favor das cada vez mais poderosas Toyota e Hyundai, que tentarão de tudo para serem campeãs de ambas as categorias e riscar de vez o nome "Sebastião" da categoria dos campeões, onde está desde 2004, é bem real.
Claro, para os apreciadores de ralis, vai ser uma festa. Quantos mais, melhor.
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