sábado, 15 de dezembro de 2018

A imagem do dia

O sábado está a acabar, mas o seu começo foi inesquecível para as cores portuguesas. Ver António Félix da Costa a saltar vde alegria depois de ter conseguido a primeira pole da carreira, e aguentar as pressões de Jean-Eric Vergne, com um DS Techeetah claramente superior ao BMW Andretti do piloto português. Foi um "drive through" que resolveu o assunto, apesar do Safety Car que aparecer na segunda metade da corrida por causa do acidente do José Maria Lopez, que juntou os carros para uma parte final muito emocionante.

Por fim, António Félix da Costa voltou a vencer. Ele ficou feliz por o conseguir, depois de anos de frustração com máquinas que, apesar de serem iguais, nem sempre têm a potência que desejam. Os azares, os "remates à trave" - sabiam que ele têm nove décimo-primeiros lugares, um recorde?

Mas no final, ele têm outros recordes, esses que nos dão orgulho. Ele é o piloto mais jovem de sempre na competição, e agora poderá ter conseguido outro, o da maior diferença entre vitórias, pois a que teve em Buenos Aires foi no inicio de 2015. Mais de três anos e meio depois. 

Quanto à corrida e os novos carros da Gen2... sabiam que eram bons, mas não sabia que seriam assim tão bons.  Fiquei agradavelmente surpreendido com o Attack Mode. Ali, os carros ganham mais 30 cavalos num minuto, e os pilotos são obrigados a usar dois durante a prova. Agora imaginam isso com o "fanboost" - agora, em vez de três, são cinco os pilotos contemplados. E isso fazem com que as corridas sejam estupendamente velozes e competitivas. E 45 minutos voam depressa.

Em suma, a nova geração de carros suplanta muito a velha geração. E as corridas são espectaculares. E aos que dizem que "a Formula E não é uma corrida, é um circo", a Formula 1 também têm dessas coisas. O que é o DRS, pessoal? Ou julgam que a Liberty Media não está a ver tudo isto? Os detratores pensam que esta competição não tem nada para oferecer, mas ignoram várias coisas, como por exemplo, que todos os construtores relevantes estão ali. Que tem mais equipas que na Formula 1, e na próxima temporada, terão doze, contra os dez da categoria máxima do automobilismo. E os números não mentem: a Formula E é cada vez mais popular, especialmente entre os jovens. Que um dia serão adultos e usarão os carros como um meio de transporte, não como um bem precioso.

Agora, na minha opinião, falta muitas coisas. Uma delas correr num circuito. É bom andar no centro das cidades, é bom espalhar a mensagem do futuro sustentável, dos carros sem ruído, que não poluem... mas o automobilismo também é andar numa pista para o efeito. Eu sei que não querem usar toda a pista de Monte Carlo, por exemplo, mas na minha opinião pessoal, deveriam.

Agora, a próxima prova será dentro de um mês, em Marrakesh. O Natal vai ser com Felix da Costa na liderança, mas a haverá mais protagonistas. Acho que o maior rival dele serão os DS Techeetah, pelo menos. E vai ser uma temporada longa.

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