terça-feira, 31 de maio de 2022

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Das 41 vitórias que Ayrton Senna tem, seis dos quais no Mónaco, esta deve ser a mais inesperada da sua carreira. Porque ninguém - nem mesmo ele - esperava que aquilo caísse do Ceu aos trambolhões. E quando aconteceu, teve de se defender fortemente contra um Nigel Mansell furioso, porque aquela liderança era dele e a vitória iria ser sua porque tinha o melhor carro. 

E no final, foi a resistência e a astúcia que levou a melhor. 

Num fim de semana cheia de impossíveis, uma das quais foi a qualificação de Roberto Moreno com a sua Andrea Moda - uma as piores equipas de sempre da Formula 1 - a corrida monegasca parecia que iria ser um passeio para Mansell, que tinha ganho as cinco primeiras corridas do ano, e ia a caminho da sexta vitória consecutiva. Mas por causa de um furo, na volta 69, ficou atrás do piloto da McLaren, e o piloto foi atrás dele, furioso e com tudo para recuperar o lugar. 

As voltas finais foram de cortar a respiração. Senna aguentou os ataques de uma máquina bem mais poderosa que a dele, e usou todos os truques legais que tinha ao seu alcance para o manter atrás de si. E compensou: não só igualou Graham Hill como o piloto com mais vitórias nas ruas do Principado, como quebrou a sequência vitoriosa do britânico e negou a ele a sua melhor chance de triunfo. É que ele, a par de Jim Clark, Emerson Fittipaldi, Alan Jones e Nelson Piquet, é um dos campeões que nunca triunfaram nas ruas do Principado.

E tudo isso aconteceu há precisamente 30 anos. 

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