Mas naquele domingo, havia mais um fator: a chuva, Era prevista precipitação para aquele dia, e eles estava preocupados, porque naquelas condições, uma pista que já é difícil torna-se ainda mais por causa do asfalto molhado e claro, estando numa cidade, as coisas tendem a piorar. Todos de olho nos radares para saber que tipo de pneus e estratégias que iriam usar naquele dia.
De inicio, parecia que iriam correr de slicks, mas a poucos minutos da largada original, começou a chover aguaceiro, precisamente no momento em que todos já começavam a irar os aquecedores dos pneus, o procedimento de largada foi suspenso, para que pudessem colocar intermédios, e também porque tinham recebido indicações de que iria chover ainda mais pesado.
E foi assim na hora seguinte: chuva a cair mais forte nas ruas do principado, pilotos esperando para que isso passasse, e ainda por cima, os espectadores começavam a reclamar sobre o tipo da Formula 1, excessivamente segura, que parece ter medo da chuva. São os tempos que correm, por muito que os mais antigos reclamem - e estou entre eles, pois vi coisas como 1996 e 1997, por exemplo. Parece haver agora uma regra não-escrita onde diz que e Formula 1 fica condicionada pela chuva, e tenta escapar o mais possível entre os seus pingos. Longe vão os tempos de que todos ansiavam por isto porque era a maneira de separar os meninos dos homens. Agora, a Formula 1 têm medo, quer proteger os seus bens. Daí termos tido aquilo que vimos no ano passado, na Bélgica.
Mas depois de duas voltas com o Mercedes vermelho na pista, a corrida começou com uma largada em movimento, e Charles Leclerc na frente de um pelotão sem canadianos... a Ferrari avisa que não haverá chuva pelo menos por mais meia hora, e andam de "full wets" enquanto podem, esperando que aguentem até que caia nova bátega de água. Quem andava bem era gente como Gasly, que tinha intermédios e fazia constantemente a volta mais rápida. Por causa disso, gente como Sebastian Vettel e Yuki Tsunoda foram os primeiros a trocar para intermédios. Os da frente, esses, ainda decidem ficar com os "full wets".
Ao fim de quase 10 voltas, começava a aparecer uma linha seca no asfalto monegasco, e parecia que os estavam atrás começavam a recuperar o tempo perdido. Gasly começou a passar alguns dos pilotos com os pneus azuis, que poderiam estar a fazer uma estratégia de "aguentar" até o asfalto estar seco o suficiente para poderem colocar "slicks". Mas quando na volta 16, Hamilton foi para as boxes, foi para colocar pneus intermédios e não arriscar para slicks. Na volta seguinte, foi a vez de Perez, para intermédios.
Os da frente queriam os slicks. E ainda por cima, o sol começava a rasgar as nuvens... Por fim, na volta 19, Max e Charles meteram intermédios. Sainz e Perez estavam na frente da prova. No meio disto tudo, Hamilton tocava em Ocon em Ste. Devote, mas ambos continuaram.
E os primeiros pilotos a meterem slicks foram Alex Albon e Mick Schumacher. E colocaram... duros. Na volta 20, numa altura em que Kevin Magnussen teve de se retirar da prova. Por fim, Sainz meteu slicks, deixando os Red Bull na frente e Leclerc... em quinto. Claro, estava furioso com os engenheiros.
No meio da confusão das trocas de pneus, houve sarilho para Max, porque pisou a linha de saída das boxes. Punição pela certa, logo, Leclerc iria ter companhia na desgraça.
Quando os carros voltaram a rolar, atrás do Safety Car, tinham apenas cumprido 30 voltas, e faltavam 47 voltas para a meta. Mas agora havia menos de uma hora para chegar ao limite, caso contrário, os pilotos ficaram com metade dos pontos. Parecia que a Formula 1 não sabia - ou tinha esquecido - de andar à chuva. No regresso, os nove primeiros meteram compostos médios, esperando que fossem beneficiados em... sabe-se lá o quê.
No recomeço, Perez ficou na frente, até queimou os pneus na travagem para Mirabeau - estava a desviar-se de um pássaro, aparentemente - mas depois, começou a abrir. O mexicano tinha médios, o espanhol, duros. A partir dali, nos gráficos, as voltas saíram e entraram o cronómetro, porque eles já tinham chegado à conclusão que não iriam completar a corrida em "full". A pista estava tão seca que autorizaram o uso do DRS. Mas não foi com isso que os carros começaram a passar, e o melhor exemplo era ver aqueles que tentavam passar Fernando Alonso e não conseguiam.
Perez mantinha a liderança, mas com o passar do tempo, os pneus do mexicano começavam a desgastar-se. A 13 minutos do final, a diferença entre ambos era de menos de um segundo, e o piloto da Red Bull sentia a pressão para ficar na frente da corrida, contra um Sainz que queria ganhar, nem que fosse pelo seu prestigio pessoal. Mas por causa disso, Max e Leclerc se encostaram a eles, e menos de cinco segundos separavam o primeiro... do quarto.
Mas houve um "prolongamento". A Ferrari protestou o resultado, alegando que os pilotos da Red Bull tinham violado a linha de saída das boxes, logo, tinham de ser penalizados. No final, depois de três horas de análise, os comissários decidiram que... tudo fica como dantes. Perez é o vencedor e a Ferrari, da próxima, terá de fazer melhor a sua estratégia, se quiser bater a Red Bull.
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