O piloto que falo hoje trata-se de alguém que teve uma passagem meteórica na Formula 1, mas apesar de tudo, a sua presença continua a ser notada ainda hoje, não tanto pelos seus feitos, mas pelo facto de ter assumido e lutado contra a doença que lhe veio a ser fatal. O seu legado continua hoje com a Gunnar Nilsson Cancer Foundation, que visa sobretudo o tratamento a crianças atingidas pela doença.
Gunnar Nilsson nasceu a 30 de Novembro de 1948 em Helsingborg (teria agora 59 anos), na Suécia. Filho de pais abastados, apaixonou-se pelo automobilismo logo na infância, mas só materializou essa paixão bem tarde, aos 23 anos, em 1972, devido essencialmente à oposição da família. Apesar de ter aparecido tarde na cena, teve tempo para mostrar aquilo que era capaz, e três anos depois, ganha o campeonato britânico de Formula 3.
No ano seguinte, os planos eram para correr na categoria seguinte, a Formula 2, ao volante de um March, mas um acontecimento inesperado veio a dar a oportunidade da sua vida: correr na Formula 1. E tudo graças… a um compatriota seu!
Após o GP do Brasil, a relação entre Ronnie Peterson e Colin Chapman deteriorava-se. Na altura, o Lotus 76 tinha-se revelado um fracasso, e Peterson queria uma máquina competitiva. A relação azedou-se e ele saiu da equipa, comprando um chassis March para competir no resto da temporada. Colin Chapman procura um substituto e vê em Nilsson, o novo campeão, potencial para se dar bem na Formula 1. Assim sendo, a sua estreia na Formula 1 aconteceu na Africa do Sul, onde qualificou-se em último, e terminou a corrida na volta 18, com problemas numa válvula.
Mas rapidamente deu-se bem com o carro e na sua terceira corrida, em Espanha, alcança o seu primeiro pódio, terminando no terceiro lugar. Ainda obteve mais um pódio, desta vez no GP da Áustria, e terminou o campeonato no 10º lugar, com 11 pontos e dois pódios.
No ano seguinte, partiu como segundo piloto da Lotus, mas o seu estilo rápido e calmo revelou-se ser útil em certas ocasiões. Com um novo carro, o Lotus 78, onde já se experimentava o revolucionário efeito-solo, Nilsson, passado os problemas de juventude do carro, começou a ser figura frequente nas primeiras posições da grelha.
A 5 de Junho de 1977, num encharcado circuito de Zolder, Nilsson era o terceiro da grelha, tendo apenas à sua frente o Lotus do seu companheiro Mario Andretti e o Brabham de John Watson. Ambos disputaram a liderança de tal forma… que ficaram pelo caminho! Nilsson aproveitou a deixa para liderar, mas tinha a oposição de pilotos como Jody Scheckter, o seu compatriota Ronnie Peterson e o italiano Vittorio Brambilla, entre outros. Mas Nilsson aguentou, foi inteligente, e venceu a corrida, a sua primeira (e única) vitória da sua carreira. Fez ainda a volta mais rápida dessa corrida.
Depois disso, conseguiu ainda mais um pódio, em Silverstone, atrás de Hunt e Lauda. Mas à medida que o fim da temporada se aproximava, Nilsson ficava cada vez mais doente, com constantes dores de cabeça. Esperou até ao final da temporada para consultar um médico, e entretanto, tinha assinado por uma nova equipa: a Arrows.
Depois de vários exames, os médicos disseram que a sua dor de cabeça era afinal, um cancro testicular, comum entre homens jovens. Mas na altura, era um cancro mortal, e no caso dele, as suas hipóteses de sobrevivência não eram muitas. Sendo assim, decidiu tirar uma pausa na carreira, para tratar da doença.
Enquanto estava no Hospital Chaning Cross, em Londres, um dos melhores do mundo na área da Oncologia, Nilsson reparava no sofrimento das crianças ao serem submetidas aos vários tratamentos, como a quimioterapia e a radioterapia. Tal como eles, Nilsson perdeu o seu cabelo, mas recusava os sedativos, achando que seriam melhor aplicados nas crianças. Nessa altura, tinha o apoio e a solidariedade dos seus colegas pilotos, que o homenageavam sempre que o podiam. Em Zolder, Mário Andretti dedicou a sua vitória ao ex-companheiro, e outro dos seus amigos no “paddock” era Ronnie Peterson, que o tinha substituído na equipa, e irónicamente, foi o seu substituto....
Contudo, os acontecimentos em Monza, no mês de Setembro, precipitaram o seu fim. Ronnie Peterson estava morto, e foi um Nilsson fraco e inconsolável, que fez questão de acompanhar o seu funeral em Örebro, a sua cidade natal. Regressou a Londres para morrer, a 20 de Outubro de 1978, um mês antes de fazer 30 anos.
O seu palmarés: 32 Grandes Prémios, em duas temporadas, uma vitória, quatro pódios, uma volta mais rápida, 31 pontos no total.
Um ano depois da sua morte, a sua mãe Elisabetha lançou o Gunnar Nilsson Cancer Foundation, que se dedica à investigação e tratamento do cancro. Quanao a sua mãe morreu, alguns anos mais tarde, toda a sua fortuna reverteu-se para a Fundação, que se tornou numa das poderosas do seu país. Hoje em dia, graças ao trabalho cientifico, o cancro testicular tem cura em mais de 90 por cento de casos, contra os cerca de 10 por cento há 30 anos.
Gunnar Nilsson nasceu a 30 de Novembro de 1948 em Helsingborg (teria agora 59 anos), na Suécia. Filho de pais abastados, apaixonou-se pelo automobilismo logo na infância, mas só materializou essa paixão bem tarde, aos 23 anos, em 1972, devido essencialmente à oposição da família. Apesar de ter aparecido tarde na cena, teve tempo para mostrar aquilo que era capaz, e três anos depois, ganha o campeonato britânico de Formula 3.
No ano seguinte, os planos eram para correr na categoria seguinte, a Formula 2, ao volante de um March, mas um acontecimento inesperado veio a dar a oportunidade da sua vida: correr na Formula 1. E tudo graças… a um compatriota seu!
Após o GP do Brasil, a relação entre Ronnie Peterson e Colin Chapman deteriorava-se. Na altura, o Lotus 76 tinha-se revelado um fracasso, e Peterson queria uma máquina competitiva. A relação azedou-se e ele saiu da equipa, comprando um chassis March para competir no resto da temporada. Colin Chapman procura um substituto e vê em Nilsson, o novo campeão, potencial para se dar bem na Formula 1. Assim sendo, a sua estreia na Formula 1 aconteceu na Africa do Sul, onde qualificou-se em último, e terminou a corrida na volta 18, com problemas numa válvula.
Mas rapidamente deu-se bem com o carro e na sua terceira corrida, em Espanha, alcança o seu primeiro pódio, terminando no terceiro lugar. Ainda obteve mais um pódio, desta vez no GP da Áustria, e terminou o campeonato no 10º lugar, com 11 pontos e dois pódios.
No ano seguinte, partiu como segundo piloto da Lotus, mas o seu estilo rápido e calmo revelou-se ser útil em certas ocasiões. Com um novo carro, o Lotus 78, onde já se experimentava o revolucionário efeito-solo, Nilsson, passado os problemas de juventude do carro, começou a ser figura frequente nas primeiras posições da grelha.
A 5 de Junho de 1977, num encharcado circuito de Zolder, Nilsson era o terceiro da grelha, tendo apenas à sua frente o Lotus do seu companheiro Mario Andretti e o Brabham de John Watson. Ambos disputaram a liderança de tal forma… que ficaram pelo caminho! Nilsson aproveitou a deixa para liderar, mas tinha a oposição de pilotos como Jody Scheckter, o seu compatriota Ronnie Peterson e o italiano Vittorio Brambilla, entre outros. Mas Nilsson aguentou, foi inteligente, e venceu a corrida, a sua primeira (e única) vitória da sua carreira. Fez ainda a volta mais rápida dessa corrida.
Depois disso, conseguiu ainda mais um pódio, em Silverstone, atrás de Hunt e Lauda. Mas à medida que o fim da temporada se aproximava, Nilsson ficava cada vez mais doente, com constantes dores de cabeça. Esperou até ao final da temporada para consultar um médico, e entretanto, tinha assinado por uma nova equipa: a Arrows.
Depois de vários exames, os médicos disseram que a sua dor de cabeça era afinal, um cancro testicular, comum entre homens jovens. Mas na altura, era um cancro mortal, e no caso dele, as suas hipóteses de sobrevivência não eram muitas. Sendo assim, decidiu tirar uma pausa na carreira, para tratar da doença.
Enquanto estava no Hospital Chaning Cross, em Londres, um dos melhores do mundo na área da Oncologia, Nilsson reparava no sofrimento das crianças ao serem submetidas aos vários tratamentos, como a quimioterapia e a radioterapia. Tal como eles, Nilsson perdeu o seu cabelo, mas recusava os sedativos, achando que seriam melhor aplicados nas crianças. Nessa altura, tinha o apoio e a solidariedade dos seus colegas pilotos, que o homenageavam sempre que o podiam. Em Zolder, Mário Andretti dedicou a sua vitória ao ex-companheiro, e outro dos seus amigos no “paddock” era Ronnie Peterson, que o tinha substituído na equipa, e irónicamente, foi o seu substituto....
Contudo, os acontecimentos em Monza, no mês de Setembro, precipitaram o seu fim. Ronnie Peterson estava morto, e foi um Nilsson fraco e inconsolável, que fez questão de acompanhar o seu funeral em Örebro, a sua cidade natal. Regressou a Londres para morrer, a 20 de Outubro de 1978, um mês antes de fazer 30 anos.
O seu palmarés: 32 Grandes Prémios, em duas temporadas, uma vitória, quatro pódios, uma volta mais rápida, 31 pontos no total.
Um ano depois da sua morte, a sua mãe Elisabetha lançou o Gunnar Nilsson Cancer Foundation, que se dedica à investigação e tratamento do cancro. Quanao a sua mãe morreu, alguns anos mais tarde, toda a sua fortuna reverteu-se para a Fundação, que se tornou numa das poderosas do seu país. Hoje em dia, graças ao trabalho cientifico, o cancro testicular tem cura em mais de 90 por cento de casos, contra os cerca de 10 por cento há 30 anos.
3 comentários:
Que grande homem. Mesmo depois de morto, continuou prestando serviços pra quem precisava. Eu vi uma foto do funeral do Peterso, com ele bastante debilitado mesmo, careca. Muito triste. Só uma correção, Speeder. Eu morei algum tempo em London e acho que o nome do hospital é Charing Cross. Queria saber sua opinião, se a morte dos dois no mesmo ano, atrapalhou o surgimento de novos ídolos suecos na F1. O Rosberg não conta, pq se naturalizou finlandês...
Eu não creio. Depois disso, apareceu o Johansson... agora temos o Alx Danielsson, que ganhou o WSR de 2006, e que testou para a Renault. Eu acho que eles deixaram de apostar tanto no automobilsmo como os finalndeses...
Conhece sobre sua historia hoje. Mais um promissor talento que se perdeu antes de se madurar. Atualmente, tenho uma mãe enfrentrando essa doença e por isso o casso do Nilsson me chamou a atenção. Conhece outros casos de corredores que pereceram ou tiveram que interromper suas carreiras por motivos de doença? Dependendo ,daria material pra um post.
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