terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O piloto do dia - Jody Scheckter (2ª parte)

(continuação do dia anterior)


Walter Wolf era um multimilionário canadiano de origem eslovena, que enriquecera construindo brocas de perfuração, vendando-as para a industria petrolífera. A meio dos anos 70, decide investir no mundo da Formula 1 e compra em 1976 a Williams, que decide transformá-la na Wolf. No ano seguinte, contrata Scheckter e o projectista Harvey Poselwaithe (1944-1999), e decidem construir um chassis simples, mas eficaz. Tão eficaz que ganhou na sua primeira corrida! Ao inicio fulgurante de Scheckter em Buenos Aires, seguiram mais duas vitórias, no Mónaco e em Watkins Glen, para além de mais seis pódios e uma pole-position, na Alemanha. No final da época, Scheckter é o vice-campeão do mundo, com 55 pontos, a 16 do campeão do mundo, o austríaco Niki Lauda.


Continua em 1978 na Wolf, mas os resultados são mais modestos. Sem vitórias, o melhor que consegue são dois segundos lugares na Alemanha e no Canadá, numa temporada dominada pelos Lotus 79 de efeito-solo. No final, é sétimo classificado, com 24 pontos.



No final dessa temporada aceita o convite para pilotar na Ferrari, ao lado de Gilles Villeneuve. Os críticos achavam que ele não conseguiria aguentar as pressões de guiar na Scuderia, mas as coisas acabaram por ser o contrário: o novo Ferrari 312T4, com efeito-solo, tornou-se na melhor máquina do ano, e Scheckter, mais maduro, conseguiu levar o carro mais vezes ao fim que o seu companheiro quebecois. Resultado: três vitórias (Bélgica, Mónaco e Itália) e uma “pole-position” e 49 pontos oficiais (em 60 conseguidos) fizeram-no, aos 29 anos, no primeiro campeão sul-africano de Formula 1.


Com isto, Jody Scheckter tinha conseguido o que queria. Agora só tinha que cumprir o contrato até ao fim e retirar-se. Só que a temporada de 1980, que deveria ser de despedida, foi calamitosa, e Scheckter teve a sua pior temporada desde há muito tempo: apenas dois pontos e o 19º posto no campeonato. Mas já tinha alcançado o que queria, logo, podia retirar-se à vontade. Aos 30 anos.


A sua carreira na Formula 1: 113 corridas, em nove temporadas (1972-80), dez vitórias, três pole-positions, cinco voltas mais rápidas, 33 idas ao podium, 246 pontos oficiais, em 255 pontos conquistados. Campeão do Mundo de Formula 1 em 1979.


Após a sua carreira no automobilismo, Jody emigrou para os Estados Unidos, onde fundou uma empresa de armamento, especialista em simulação de situações de emergência para elementos do exército e da policia. Em meados da década de 90, vendeu a empresa e tornou-se multimilionário. Casou-se uma segunda vez e teve mais quatro filhos para além dos dois que teve no seu primeiro casamento: Thomas Scheckter e Toby Scheckter. Esses tornaram-se pilotos de competição e o pai ajudou-os nas suas carreiras.


Hoje em dia, Thomas é um dos pilotos do pelotão da IRL, e o seu pai agora vive em Inglaterra, onde se tornou num agricultor orgânico.
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