segunda-feira, 22 de setembro de 2008

GP Memória - Canadá 1968

Depois de Monza, as três últimas etapas do campeonato do Mundo de 1968 aconteceriam todas nas Américas, para poupar tempo e dinheiro nas viagens. O Canadá era uma etapa nova no calendário, pois tinha acontecido no ano anterior a sua primeira edição, e este foi um sucesso. Em 1968, decidiram organizá-lo de novo, mas num novo circuito perto da cidade de Quebec: Mont-Tremblant.


O campeonato estava ao rubro: Graham Hill era o líder, com 30 pontos, mais três do que o segundo classificado, o belga Jacky Ickx, no seu Ferrari. Com 26 pontos ia Jackie Stewart, e com 24 estava Dennis Hulme, no seu McLaren. Nesta altura estavam 27 pontos em jogo, portanto, todas as hipóteses para o campeonato eram possíveis, num dos mais equilibrados até então.


A Lotus levava três carros para Mont-Tremblant: um para Hill, outro para Jackie Oliver e um terceiro para o piloto local Bill Brack. Havia um quarto Lotus, mas era inscrito pela Rob Walker Racing Team, para o suiço Jo Siffert. Na Ferrari, dois carros estavam presentes, para Ickx e o neozelandês Chris Amon. Para a BRM, apenas um carro oficial, para Pedro Rodriguez, ia correr nas corridas americanas, embora existisse outro, mas privado, para o inglês Piers Courage.


Na Honda, só havia um carro inscrito, para John Surtees, enquanto que na McLaren, para além de Bruce McLaren e Denny Hulme, um terceiro carro foi inscrito para o americano Dan Gurney, que por esta altura tinha largado de vez o projecto Eagle, pelo menos na Europa, pois este se desenvolveria nos Estados Unidos com enorme sucesso. Contudo, o nome Eagle ainda apareceria na grelha desta corrida, pois um piloto local, Al Pease, tinha um privado, pintado com as cores do Canadá, e tinha-o inscrito só para esta corrida.


Na Matra, quatro carros iam participar, dois deles com motores Cosworth, e outros dois com motor próprio. Stewart e Johnny Servoz-Gavin ficavam com os carros com Cosworth, enquanto que os com motores próprios eram para o francês Jean-Pierre Beltoise e para um jovem compatriota, campeão de Formula 3 no seu país no ano anterior, que começaria aqui uma carreira na Formula 1 que se revelaria modesta, mas noutras categorias se tornaria numa lenda. Era Henri Pescarolo.


Finalmente, a Cooper e a Brabham levavam dois carros cada. Na primeira equipa, Vic Elford e o belga Lucien Bianchi levavam os carros ingleses, enquanto que Jack Brabham tinha a companhia do jovem austríaco Jochen Rindt.


E na qualificação, foi um Brabham que levou a melhor, por intermédio de Rindt, que conseguia aqui a sua segunda pole-position da sua carreira, seguido por Chris Amon, no seu Ferrari, e Jo Siffert, no seu Lotus 49 privado, ficando melhor do que os oficiais, pois Graham Hill fora quinto, e Jackie Oliver o nono na grelha. Dan Gurney partia do quarto posto, e logo depois de Hill, estava o seu companheiro Denny Hulme. Jackie Stewart era apenas um péssimo 11º na grelha, atrás de Jack Brabham.


Os treinos foram maus para Jacky Ickx, que sofreu um acidente nos treinos, devido a um acelerador preso. As consequências foram duras para o jovem piloto belga, pois ficara com uma perna fracturada, e as suas chances para o título, aparentemente, tinham sido evaporadas… quem também não conseguira tempo para os treinos foi Bill Brack, pois o motor do seu Eagle tinha ido à vida.


Na partida, Rindt fora surpreendido por Amon e Siffert, e tendo atrás de si o McLaren de Gurney e o Lotus de Hill. Entretanto, na grelha, ficava o McLaren privado de Jo Bonnier, parado devido a uma embraiagem partida. Na décima volta, Surtees desiste, com a caixa de velocidades do seu Honda partida. Quatro voltas mais tarde, Hill consegue passar Gurney para ficar com o quarto posto, e na volta 22, o americano desistirá devido a um radiador furado.


Na frente, Chris Amon era o líder incontestado, especialmente depois da volta 29 altura em que Jo Siffert desistiu, com problemas mecânicos. Quem também já tinha ficado pelo caminho fora Jack Brabham (volta 31, suspensão), Jochen Rindt (volta 39, sobreaquecimento) e o jovem estreante Henri Pescarolo (volta 54, motor). Atrás dele tinha os dois McLaren, depois de uma curta passagem pelo segundo posto para Graham Hill, que se atrasara devido a problemas de vibração no seu carro, tendo caído para a sexta posição, atrás de Rodriguez e Servoz-Gavin. Quanto o francês desistiu, vítima de acidente, ascende ao quinto posto.


Mas na volta 72, as coisas mudam. O Ferrari de Amon tem problemas de transmissão e desiste, quando faltava menos de um quarto da corrida para chegar ao fim. Assim, é dennis Hulme que herda a liderança, com Bruce McLaren logo atrás, mas a cerca de uma volta dele. As coisas marchavam para uma dobradinha para a marca neozelandesa, e quando isso aconteceu, tornou-se na última que a marca iria ter nos próximos quinze anos…


A acompanhar os McLaren no pódio, ficou o mexicano Pedro Rodriguez, seguido por Graham Hill, a quatro voltas, pelo Cooper de Vic Elford e pelo Matra de Jackie Stewart, a… sete voltas do primeiro. Estes foram os únicos pilotos que chegaram ao fim neste desgastante Grande Prémio do Canadá. Com este resultado, o campeonato estava ao rubro: Hulme e Hill estavam empatados nos pontos, ambos com 33 pontos, e Jackie Stewart ainda tinha hipóteses, empatado na terceira posição com Ickx, com 27 pontos. Mas o belga estava com gesso na perna e a sua ausência de Watkins Glen era certa…


Fontes:


http://www.grandprix.com/gpe/rr171.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1968_Canadian_Grand_Prix

1 comentário:

Anónimo disse...

é, saudades dos grandes tempos da formula 1 e saudades do Candá . parabéns pelo blog.

abç