A temporada de 2001 significou para Michael Schumacher o seu quarto título mundial. Agora que a Scuderia tinha alcançado aquilo que mais aspirava, era a altura de demonstrar ao resto do pelotão que tinham chegado ao topo e tão cedo não sairiam de lá. Para provar isso, o F2001 pilotado por Schumacher tornou-se na máquina a abater pelo resto do pelotão, liderado pela McLaren e Williams.
A temporada começou com Schumacher a ganhar na Australia e Malásia, foi segundo no Brasil (atrás de David Coulthard) desistiu em San Marino, voltou a vencer em Espanha, depois da vitória lhe ter caído ao colo na última volta (às custas de Mika Hakkinen), foi segundo na Austria (de novo atrás de Coulthard), venceu no Mónaco, Nurburgring e França, e depois de duas corridas sem vencer, voltou ao lugar mais alto do pódio na Hungria, e voltou a vencer na Belgica. Contudo, como a oposição estava fragmentada (só Coulthard e o seu irmão Ralf Schumacher tinham ganho mais do que uma vez até então) o piloto alemão era o virtual campeão desse ano. Ainda iria vencer mais uma corrida, no Japão, mas no final da temporada, conseguiria um total de 123 pontos, 58 a mais do que o vice-campeão, David Couthard. O campeonato de construtores foi de novo para a marca do Cavalino, graças aos 56 pontos de Rubens Barrichello.
Em 2002 o dominio foi maior. Só para terem uma ideia, o piloto alemão subiu ao pódio em todas as 17 provas daquele campeonato, onze das quais no lugar mais alto do pódio. Expressões como "Barão Vermelho" (uma referência ao seu conterrâneo Manfred Von Richtofen, o maior ás da I Guerra Mundial) e a visão dele na frente tornaram-se numa imagem de marca da Formula 1, tão natural como respirar. Só para terem uma ideia, Schumacher tornou-se campeão do Mundo em Julho, após o GP de França, quando faltavam... seis provas para o fim do campeonato.
Contudo, nessa época de sonho aconteceu aquilo que para muitos se tornou no momento mais baixo da história da Formula 1, o final do GP da Austria de 2002. Nesse fim de semana, o seu companheiro de equipa Rubens Barrichello fez a "pole-position" e liderou grande parte da corrida, rumando a aquilo que pareceria ser a primeira vitória do piloto brasileiro nesse ano. Contudo, Schumacher estava logo atrás, não muito distante do brasileiro, e a boxe da Ferrari pediu a Rubinho para que cedesse a vitória em favor do alemão, pois naquela altura do campeonato (era a sexta prova do ano), nada estava decidido. Barrichello resistiu até ao fim, e só cedeu nos metros finais, à vista das cameras do mundo inteiro. Os pilotos e a equipa foi assobiada, a imprensa especializada (e não só) atacou a Ferrari pela sua atitude, e a FIA teve que agir, multando a Ferrari em mais de um milhão de dólares.
Schumacher foi também multado em um milhão de dólares, mas aí o pretexto foi outro: por ter cedido o seu lugar no pódio para Barrichello, algo que foi interpretado pela FIA como uma violação das regras do protocolo (artigo 170). Mais tarde, depois de outro incidente semelhante no GP dos Estados Unidos, onde os carros chegaram em formação (e onde Barrichello ganhou por 11 milésimos de segundo...) a FIA decidiu proibir as ordens de equipa que afectassem directamente o resultado da corrida. Mas isso não impediu que o alemão se tornasse pentacampeão do Mundo, igualando o mitico Juan Manuel Fangio, 45 anos depois do último título do argentino. Schumacher conseguiu 144 pontos (o valor mais alto de sempre até então), resultantes de onze vitórias, sete pole-positions e sete voltas mais rápidas.
Em 2003, as regras mudaram, e entre outras coisas, estreou-se um novo sistema de pontuação, onde os oito primeiros recebiam pontos, e onde a diferença entre o primeiro e o segundo ficou diminuida, passando de quatro para dois. A Scuderia estreou uma nóva máquina, o F2003-GA (em homenagem a Giovanni Agnelli, o patrão da FIAT, entretanto falecido), mas foi uma temporada com dificuldades, pois a concorrência (Williams, McLaren e mais tarde Renault) tinha finalmente máquinas eficazes, que ajudaram a dinimuir o fosso. Schumacher não ganhou nas três primeiras provas do ano, e só conseguiu na primeira corrida europeia, em San Marino, a primeira de três vitórias consecutivas.
Mas depois de mais uma vitória no Canadá, Schumacher entrou noutra má fase, cujo auge foi o oitavo lugar na Hungria (e a ser dobrado por Fernando Alonso, que ia a caminho da sua primeira vitória na Formula 1). O espanhol era o mais recente nome de uma nova geração de pilotos que tinham chegado à competição, do qual se incluia o finlandês Kimi Raikonnen, o colombiano Juan Pablo Montoya e o inglês Jenson Button, que começavam a desafiar Schumcaher, que ia já na sua 12ª época na competição. Os 34 anos de idade do alemão começavam já a pesar... Contudo, depois da Hungria, a Ferrari reagiu e Schumacher ganhou em Monza e Indianápolis, e um singelo oitavo lugar em Suzuka bastou para conseguir o hexacampeonato, batendo Kimi Raikonnen... por um ponto.
Se a temporada de 2003 foi considerada como um sinal de aviso para a Ferrari de que tinham de trabalhar no duro para não perderem a sua hegemonia, o ano de 2004 mostrou que a esquadra do Cavalino Rampante tinha voltado à sua antiga forma, dando ao alemão o seu heptacampeonato, vencendo em onze das dezoito corridas do campeonato, com uma sequência de sete vitórias consecutivas a meio da temporada. O alemão conseguiu vencer o campeonato com 148 pontos, a maior colheita de sempre, e o sétimo título foi confirmado depois de cruzar a meta na segunda posição em Spa-Francochamps, quando faltavam quatro provas para o final da temporada. Aos 35 anos, Schumacher era estatisticamente um dos pilotos mais vitoriosos de todos os tempos, e o seu sétimo título mundial, quinto consecutivo, era o culminar de uma era dominadora para a Ferrari.
Amanhã, a última parte da biografia.
2 comentários:
pois é... nessa época o alemão transformou com o seu talento a F1 numa chatice... principalmente em 2004 qando nem passar os outros carros na pista ele fazia... largava em 4° as vezes e passava td mundo no box!
e teve ainda Magny-Cours q ele ganho do Alonso fazendo 4 paradas, lembra?
- titulos sem graça devemos reconhecer...
e o episodio do Gp da Austria, o qual ele nunca havia ganho e seria o ultimo da F1, Ridiculo...
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