quarta-feira, 20 de maio de 2009

GP Memória - França 1984



Na quinta prova do campeonato, não havia nada de especial em termos de pelotão, excepto pela chegada em cena do Toleman TG184, projectado por Rory Bryne, para os pilotos da equipa: o venezuelano Johnny Cecotto e o brasileiro Ayrton Senna. O novo carro esperava ser melhor do que o anterior, é certo, e esperava que desse ao novato piloto brasileiro a possibilidade de demonstrar as suas potencialidades em pista.


Os treinos, corridos debaixo de alguma chuva no Sábado, demonstravam a guerrilha de pneus entre Michelin, Pirelli e Goodyear, que estava no auge, com os pneumáticos franceses a levarem a melhor, pois estavam a jogar em casa… o melhor foi o Renault de Patrick Tambay, e levou a melhor sobre a Lótus de Elio de Angelis, que “calçava” pneus Goodyear. Na terceira posição na grelha estava o Brabham-BMW de Nelson Piquet, seguido pelo Williams-Honda de Keke Rosberg. Na terceira fila da grelha estavam o McLaren-TAG Porsche de Alain Prost e o segundo Lótus de Nigel Mansell, enquanto que na quarta fila estavam o segundo Renault de Derek Warwick e o ATS-BMW de Manfred Winkelhock. A fechar o “top ten” estavam o segundo McLaren de Niki Lauda e o Ferrari de Michele Alboreto. Ayrton Senna levava o seu novo Toleman à 13ª posição da grelha, enquanto que Stefan Bellof era o melhor dos Cosworth, na 20ª posição.


O GP francês assistiu a algo bizarro, ocorrido na equipa Ligier. Nos treinos de sexta-feira, Andrea de Cesaris correu com o extintor vazio, e os comissários decidiram assim retirar-lhe os tempos do dia. No Sábado, a chuva fez a sua aparição, e o italiano simplesmente não teve tempo para se qualificar, o que deixaria de fora da corrida. Guy Ligier tomou então uma decisão anormal: retirou o segundo carro, de Francois Hesnault, que tinha feito o 15º tempo na grelha, e colocou De Cesaris no seu lugar, e iria correr no carro do seu companheiro de equipa, mas do último lugar da grelha. Estranho, mas perfeitamente legal!


No momento da partida, Tambay foi batido por Piquet e por De Angelis, e estes dois estavam lado a lado na primeira curva. Contudo, o francês da Renault reage e numa manobra ousada, passa os dois pilotos e retoma à liderança, com Mansell na terceira posição, depois de ultrapassar o seu companheiro de equipa. Um pouco atrás, Alain Prost estava na sétima posição, mas cedo começou a ultrapassar os outros que estavam na sua frente, e no final da 14ª volta era terceiro classificado, depois de uma ultrapassagem bem sucedida a Mansell. Por essa altura, Piquet já tinha desistido, devido a uma falha mecânica.


Nas voltas seguintes, Tambay continuava a liderar, mas com as McLaren logo a seguir, controlando o andamento do piloto francês. Os três pilotos demonstravam a todos o poderio dos pneumáticos franceses. Com as trocas de pneus e as mudanças pontuais de liderança, Tambay continuou na frente, mas Lauda pressionava o piloto da Renault, beneficiando até de uma paragem mais tardia do que o seu companheiro Prost.


O momento decisivo da corrida aconteceu na volta 62, quando Lauda ataca Tambay e consegue apossar-se da liderança, não a largando mais até ao final. Prost também tentou apanhar Tambay, mas poucas voltas mais tarde, problemas de pneus o forçaram a nova paragem na corrida e ficou relegado ao sétimo lugar final.


Quando Lauda cruzou a meta para a sua segunda vitória do ano, tinha batido Patrick Tambay em casa, naquela que era provavelmente a melhor oportunidade do ano para a marca francesa. Atrás destes dois ficava o Lótus-Renault de Nigel Mansell. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Ferrari de René Arnoux, o segundo Lótus de Elio de Angelis e o Williams-Honda de Keke Rosberg.


Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/1984_French_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr393.html

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