quarta-feira, 5 de agosto de 2009

15 anos depois, Ayrton Senna é pop

Queria ter sido eu a divulgar isto, pois descobri-os há mais de mês e meio num programa de rádio chamado "bons Rapazes" da estatal rádio portuguesa Antena 3. Alvaro Costa e Miguel Quintão deram a conhecer aos meus ouvidos a história da banda indie espanhola Delorean, que lançaram um EP de estreia chamado... Ayrton Senna. É isso mesmo meus amigos, ouviram bem: agora temos discos de musica com o seu nome.

Mas como disse atrás, "queria ter sido eu a descobrir isto". Mas o tempo não me deixou ter tempo para escrever sobre tal coisa. Quem aproveitou, e bem, foi o Daniel Médici, que descorre sobre esta matéria no seu excelente Cadernos do Automobilismo. Ouvir este EP não é para ouvidos destreinados, pois esses não endenderiam a tonalidade deste disco. Provavelmente estão mais habituados a "riffs" mais fortes, ou a melodias de choro fácil, que servem para "fazer bebés". Para vos situar, digamos que anda próximo de um álbum dos Air.


Eventualmente, o grupo de Barcelona (ainda por cima, são todos de origem basca...) devem ser fãs de automobilismo. Mas quando se descobre que tens o nome de um piloto como título de disco, fico a lembar as minhas conversas na Universidade com um professor meu, o Miguel Gaspar, agora colunista no jornal "Público". Muitas das vezes falavamos dos mitos modernos, de como os desportistas de hoje, heróis do presente, agora substituem os do passado: reis, guerreiros, exploradores, aqueles que pelos seus feitos asseguram a sua imortalidade, ou como cantava Luis Vaz de Camões, nos Lusíadas: "Aqueles que da Lei da Morte se vão libertando..."


Ayrton Senna já tinha assegurado a sua imortalidade muito antes da Lei da Vida ter feito a sua parte. E fez melhor do que ninguém, ao impedi-lo de envelhecer, de sair do carro pelo seu próprio pé e se tornar num ser como todos os outros e deixar a outros o epíteto de "Heróis dos Domingos de manhã", pelo menos no Brasil... Quem diria que o legado dele iria virar um álbum de musica? Pessoalmente adoraria que fosse uma serigrafia de Andy Warhol, caso este tivesse vivido mais uma década!

3 comentários:

Daniel Médici disse...

Agradeço pelas elogiosas palavras. Também achei estranho o nome de Senna aparecer ligado a uma esfera cultural tão distante e calcada em outros valores.

Warhol partiu nos devendo uma serigrafia do piloto. Mas (não sei se sabes) Francis Bacon se inspirou nele para um de seus últimos quadros. Assumidamente homossexual, Bacon achava Ayrton bonito..

Ricardo Santos disse...

Bastante curioso!
Steve Mcqueen também deu o seu nome a um album dos Prefab Sprout

Unknown disse...

a começar pelo nome, DELOREAN, a banda tem alguem que aprecia bons carros