A corrida de Singapura é, à partida, mais para o espectáculo visual do que propriamente na pista. Um pouco como os filmes de Hollywood produzidos pelo Jerry Bruckheimer (sim, vi ontem os dois "Tesouros Nacionais", com o Nicolas Cage e a Diane Kruger). Provavelmente, o Bernie Ecclestone deve ter ficado seduzido com muitos desses filmes, pois de uma certa maneira, quer seguir a mesma receita. Pode ser muito engraçado para o espectador comum, mas nem todos nós somos como o soldado japonês da comédia "1941, Ano Louco em Hollywood", que quando via a menina nua agarrada no periscópio do submarino, gritava: "HORRIWUUU".
Mas mesmo aqueles mais... veteranos, concordam que Singapura à noite tem outro encanto. E sabe perfeitamente que num circuito citadino, as vezes onde as caixas de velocidades e os travões são mais castigados, costumam ser nestas bandas. Pela experiência do Mónaco, sabe-se que os pilotos que chegam ao final, são heróis. E aqueles que partem da "pole-position" normalmente são os primeiros a chegar, apesar dos reabastecimentos. A Lewis Hamilton, essa pole era meio caminho andado para uma vitória, caso não tivesse qualquer precalço. E também seria uma forma de redenção de Monza, onde deitou fora seis pontos na última volta.
Para Nick Heidfeld, a corrida iria começar das boxes, pois treinara-se com o seu BMW Sauber abaixo do peso regulamentado. E acabou cedo, na traseira do carro de Adrian Sutil, da Force India, na vigésima volta, quando voltava à pista. Heidfeld ficou fulo da vida com o seu compatriota, e comentou: "Foi uma atitude estúpida do Sutil, pois ele voltou à pista sem olhar ao seu redor. Já havia passado dele quando ele acelerou e me acertou."
O alemão explicou sua reacção: "Obviamente, achei que ele ia parar e esperar. Abri espaço e, quando vi que ele acelerou, tentei virar para a esquerda. Ele deveria olhar para onde vai", vociferou. E, ao ser questionado se a BMW pensava em tomar alguma atitude contra Sutil, foi irónico: "Podemos tentar encontrar um cérebro para ele". A FIA não é de gozos e no final da corrida "aliviou" a sua carteira em 20 mil dólares.
Todos estes incidentes não incomodavam Hamilton, que fazia a sua perte, sem erros. Só tinha que cuidar dos travões e não acabar como Mark Webber, por exemplo. E para Jenson Button, que tinha feito uma boa corrida, em relação à posição de onde largava, o facto de ter ficado à frente de Rubens Barrichello, no quinto posto, fez ganhar um ponto ao seu companheiro de equipa. Agora a três provas do fim, este avanço, embora mínimo e sujeito a imponderáveis, é impagável. Cada vez mais o título é uma questão entre Brawns, e o título de construtores por parte de Ross Brawn, o cisne de um patinho feito do inicio da época, é cada vez mais um pró-forma.
No final da corrida, com Hamilton a comemorar pela segunda vez no ano, para gaúdio da Nicole Scherzinger e das outras "Dolls", Timo Glock deu à Toyota outro ar da sua graça, numa temporada bipolar por parte da estrutura sediada em Colónia. Não sei se isso significa a salvação da equipa (creio que sim, há outras piores), mas é um bom resultado. Para Fernando Alonso, o terceiro lugar, exactamente um ano depois do "Renaultgate" tem o seu quê de estranho. No lugar da maior trapaça descoberta na Formula 1, ver Alonso de novo no pódio tem-se uma sensação de "dejá vu". Não acham? E as câmaras a captarem a imagem de Bob Bell, no lugar onde duas semanas antes estava Flávio Briatore... Ah! o "Principe das Asturias" dedicou o pódio a ele. Já sabemos de que lado está.
Bom, Singapura e as suas luzes voltam para o ano, e agora é arrumar as malas rapidinho, pois Domingo que vêm recebemos mais um clássico japonês: Suzuka! Semana que vêm, basta a Jenson Button ficar em terceiro e Rubens desistir para ser coroado campeão do Mundo...
1 comentário:
Jerry também é conhecido por suas loiras super inteligentes de séries policiais: Annabeth Chase de Close to Home, Brenda Johnson de The Closer e Lilly Rush de Cold Case (parece que é Casos Arquivados aí em Portugal, eu acho). Três séries muito boas.
Agora...Sobre a corrida... É relativamente mais fácil falar dos acontecimentos externos né? Digo em relação a todo esse show visual. Bacana até, mas pra uma corrida de 2 horas, foi massante. Mas deixe estar...
O negócio na F1 anda tão às avessas que eis que Timo Glock arranjar um outro resultado bom, e Alonso esse ano resolveu trabalhar de fato, certo? Porque sem a tal ajuda do Piquet ele voltou ao pódio. Que ironia. Afinal o Grosejan já tava fora há um bom tempo.
A tal ressaca moral que pudesse justificar a apatia dele, foi pelos ares quando dedicou o pódio ao Briatore, há.
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