Faz agora 30 anos sobre a primeira saída de Niki Lauda da Formula 1. Dois dias antes do Grande Prémio do Canadá de 1979, um Niki Lauda frustrado e saturado chegava-se ao pé de Bernie Ecclestone, seu patrão da Brabham, e dizia que não queria mais correr, perferindo dedicar-se à sua companhia aérea, a Lauda Air.
“De repente senti um vazio, uma total falta de interesse no que estava fazendo. Fui para as boxes e acabei com tudo. Havia outro mundo lá fora. Foi uma decisão que tomei sozinho, só depois falei com Ecclestone e com os patrocinadores. Eles entenderam. Afirmei muitas vezes que um bom piloto de Formula 1 tem que ter um coração e uma cabeça muito especiais. Não sei qual dos dois mudou em mim, se o coração, se a cabeça”. (…)
“Foram basicamente dez anos felizes para mim. Perfeitos. Fiz algo que gostei e me tornou rico. Que mais poderia querer? Digo que me enriqueceu, mas acima de tudo, enriqueceu a minha alma, não a minha carteira. De repente tinha o suficiente. Por isso a minha necessidade de outras coisas, o meu interesse pela aviação. Talvez daqui a dez anos, talvez mais cedo, procure outra coisa, outros objectivos. Rotina não faz o género de pessoas como eu”, afirmou semanas mais tarde, quando justificou a sua retirada das pistas.
“De repente senti um vazio, uma total falta de interesse no que estava fazendo. Fui para as boxes e acabei com tudo. Havia outro mundo lá fora. Foi uma decisão que tomei sozinho, só depois falei com Ecclestone e com os patrocinadores. Eles entenderam. Afirmei muitas vezes que um bom piloto de Formula 1 tem que ter um coração e uma cabeça muito especiais. Não sei qual dos dois mudou em mim, se o coração, se a cabeça”. (…)
“Foram basicamente dez anos felizes para mim. Perfeitos. Fiz algo que gostei e me tornou rico. Que mais poderia querer? Digo que me enriqueceu, mas acima de tudo, enriqueceu a minha alma, não a minha carteira. De repente tinha o suficiente. Por isso a minha necessidade de outras coisas, o meu interesse pela aviação. Talvez daqui a dez anos, talvez mais cedo, procure outra coisa, outros objectivos. Rotina não faz o género de pessoas como eu”, afirmou semanas mais tarde, quando justificou a sua retirada das pistas.
Ecclestone aceitou a decisão do seu piloto, mas via-se a braços com um problema: quem e onde iria arranjar um substituto naquele momento, de perferência a tempo de alinhar na corrida de Domingo? Ainda por cima, iria estrear ali o novo modelo BT49, que entraria em força na temporada de 1980...
Conta-se que Ecclestone pediu a alguém para que anunciasse no sistema de altifalantes do circuito para que alguém com experiência de automóveis, fosse ter à boxe da Brabham... para pilotar o carro. O argentino Ricardo Zunino, que era piloto e que estava em Montreal como espectador, habilitou-se a aparecer na boxe... e foi ele o escolhido! E esta é a versão oficial da coisa.
A verdade não anda muito perto disso. É certo que Zunino estava lá como espectador, mas ele já tinha testado na Brabham a meio desse ano, e tinha corrido na Formula Aurora, a série britânica de Formula 1 onde se corria em chassis mais antigos. A sua estadia em Montreal não era só ver os seus companheiros andarem em circulos, mas provavelmente dentro da Brabham, Ecclestone já sabia que Lauda estava desmotivado, e Zunino estava lá como alternativa, caso o piloto austriaco o deixasse na mão numa situação inesperada, como acabou por acontecer.
Zunino foi correr no chassis novo e até se portou bem. Foi 19º na grelha e terminou a corrida na sétima posição, à porta dos pontos. Era até um bom começo, e ficou na equipa para a temporada de 1980, mas o seu andamento era claramnte inferior que o seu comapnheiro de equipa, o brasileiro Nelson Piquet. Após o GP de França, Zunino foi dispensado dos seus serviços e substituido pelo mexicano Hector Rebaque.
4 comentários:
Maravilhoso Post Speeder, eu q sou estudioso da F1 não conhecia essa pássagem.
Quanto a seu comentário, mto obrigado e to realmente esperando as Formulas Renault nacionais terminares e F3 Euro que ainda não tem campeão.
Quanto ao Soucek acho q tem chances de ser terceiro piloto sim, mas titular acho dificiu.
Valeus
speeder, essa é de longe a história mais surprendente sobre a F1 que ja lí, e nunca tinha escutado disso, mesmo que eu não sou muito estudoso do pasado.
e ainda que foi no canadá dos setenta, se alguém faz isso em interlagos, não vai faltar bébado que chegou de fusca querendo dirigir o bólido
Inédita para mim esta história. Se a lenda é assim tão despojada, publique-se a lenda!
A história de como Lauda entrou na Fórmula 1 é um bom contraponto. Se não estou enganado, pegou um empréstimo estratosférico e impagável no banco para comprar seu lugar na categoria, com a certeza de que seria vitorioso nela.
João:
Eu é que agradeço por ter sido útil.
Luis:
É uma história surpreendente, sem dúvida, mas não ficaria admirado se isso fosse algo "maquilhado" pelo próprio Bernie, por exemplo.
Daniel:
Tens toda a razão, meu caro: "publique-se a lenda!". E quanto ao Lauda, tens toda a razão. Aliás fez sempre isso até chegar à Ferrari, no inicio de 1974. O seu salário permitiu pagar-lhe as dividas ao banco que já tinha acumulado, apesar de ser neto de banqueiro, mas o avô não permitia o seu dinheiro nestas brincadeiras. Nem todos são como o Jochen Rindt...
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