Que ninguém fique com dúvidas: Abu Dhabi, visualmente, é um colírio para os olhos. Especialmente quando correm no "lusco-fusco", ou seja, o final da tarde. Mas quando digo "visualmente", falo da paisagem, não do circuito em si, porque tenho a sensação que isto não vai ser grande coisa em termos de ultrapassagens. Espero estar enganado, mas veremos...
Os treinos de ontem deram à McLaren os melhores tempos, logo, a expectativa de os ver na pole-position era real. Como o KERS funciona bem Caso Hamilton ou Kovalainen ficassem com o melhor tempo, era sinal da recuperação que a McLaren teve na segunda metade da temporada, com duas vitórias para o campeão do mundo de 2008, conseguindo dar luta aos imparáveis Brawn GP de Jenson Button e Rubens Barrichello.
No final do Q1, algumas surpresas: Fernando Alonso e os Force India não passavam para a fase seguinte, e Giancarlo Fisichella, provavelmente a fazer o seu último GP da sua carreira, também ficava de fora com o seu Ferrari, que nunca se adaptou conveientemente devido ao KERS. Outro que também estará a fazer o seu último GP da carreira, Romain Grosjean, também estava de fora. Que penoso final de época estava a ter a Renault...
Com a Q2 a decorrer e o lusco-fusco a dar o seu espectáculo natural, armando-se em Michael Bay num dos seus filmes "à la Bruckheimer", Sebastien Vettel consegue baixar do 1.40, para depois Hamilton fazer 1.39,695 segundos e ficar com o primeiro posto da grelha provisória. Em claro contraste, no final da Q2, Kimi Raikonnen fica de fora da terceira parte por apenas 65 milésimos de segundo. Pela primeira vez desde 1993, a Ferrari não conseguia uma temporada sem pole-positions. Entretanto, Kovalainen teve problemas na caixa de velocidades, que o impediram de ir mais alto do que o 13º posto, e provavelmente irá perder mais cinco lugares, caso troque...
Depois, chegado o Q3, havia a natural expectativa entre Hamilton, o claro favorito, e Vettel/Button, os "main challengers". O resto poderia espreitar, pois temos Trulli no seu Toyota e Kubica/Heidfeld nos seus BMW Sauber, que poderiam fazer uma gracinha no dia de despedida da Formula 1. E também era interessante ver o que faz Sebastien Buemi, que colocava o seu Toro Rosso pela segunda vez consecutiva na Q3...
Com os minutos a escoarem, Heidfeld, Kubica, Button, Trulli e Buemi passaram pelo primeiro lugar, com Hamilton a sair ligeiramente de pista, mas no final de tudo, de tudo... o melhor foi Lewis Hamilton, com o tempo de 1.40,908 segundos. O tempo pode ser mais alto, devido ao facto do asfalto ficar mais fresco, mas Hamilton conseguiu tirar este tempo nos instantes finais da qualificação, batendo Sebastien Vettel e Mark Webber por seis décimos. Rubens Barrichello e Jenson Button foram quatro e quinto classificados nos seus Brawn GP, respectivamente. Não bateram os Red Bull, mas como devem para só por uma vez, até pode ser bom para eles ficarem atrás.
1 comentário:
Seus comentários cinematográficos me lembraram de um comentario e Theodor Adorno que tentarei encontrar até amanhã (pois me será muito útil): o de que o próprio público dos filmes holywoodianos nota o quanto eles são ideologicamente vazios, já que pagam o ingresso só para verem o verniz de efeitos especiais que o recobrem.
Interessante observação sobre a falta de poles da Ferrari em 2009. Não tinha me dado conta, e isso remete a equipe ao ano de 1993, sem dúvida um dos seus períodos mais negros.
Enviar um comentário