Para finalizar os meus posts sobre a vida e carreira de Patrick Depailler, que morreu faz hoje 30 anos, coloco aqui um post especial sobre as suas corridas na América, em meados dos anos 70. Por essa altura era frequente os pilotos correrem todo o tipo de máquinas, e já vos mostrei a ele correr no Alpine-Renault, quer na Formula 3, Formula 2 e nas 24 Horas de Le Mans. Mas este post fala das suas participações nas corridas americanas, nomeadamente a IROC e a Can-Am, para além da Formula Atlantic.
No caso desse último, participou em corridas de Trois-Riviéres, no Quebec, entre 1974 e 77, contra alguns pilotos rivais na Formula 1 como James Hunt, Alan Jones e depois contra um jovem chamado Gilles Villeneuve. As suas performances variaram, mas na maior parte delas foram impressionantes, tipicas da do seu estilo de condução e da sua postura em situações de corrida.
A primeira vez aconteceu a 1 de Setembro de 1974, quando foi desafiado a correr na prova de Trois Rivieres da Formula Atlantic. Nessa altura, as organizações das corridas de Trois Riviers e Pau, em França, tinham um protocolo onde convidavam os melhores classificados para cada uma das provas para correrem no outro. Aliás, foi assim que se providenciou a estreia de Gilles Villeneuve nas provas europeias, em 1976, num Formula 2 da organização da prova francesa...
Voltando a 1974, Depailler, que estava a caminho de ganhar o Europeu de Formula 2, iria correr na Ecurie Canadá, que tinha um March de Formula 2 convertido num Formula Atlantic. Nos treinos, dominou e faz a pole-position, e liderou grande parte da corrida quando teve problemas na asa frontal, que dificultou a sua condução, mas conseguiu levar o carro até ao terceiro posto, fazendo a volta mais rápida da corrida.
Voltou à corrida em 1975, a convite da Ecurie Canadá, num March de Formula Atlantic. Tal como acontecera no ano anterior, fez a pole-position, mas durante o warm-up da manhã, o motor rebentou. Pediram emprestado outro chassis, de um local chamado Tim Cooper, que não se tinha qualificado, e colocaram um nariz novo. Os organizadores viram aquilo e decidiram que Depailler deveria alinhar no último lugar, dadas as circunstâncias. Assim foi, e na corrida, a sua performance foi até à quarta volta, quando o motor rebentou.
Depois disto, Depailler só voltou em 1977, quando correu mais duas provas, desta vez pela Opert Racing, num Chevron B39, em Trois Riviéres e Quebec, terminando ambas as corridas na terceira posição.
Em Outubro de 1978, Depailler, aproveitando o final da época da Formula 1, foi correr uma etapa do IROC, International Race of Champions, um conjunto de corridas que juntava o melhor de dois continentes e nas várias categorias, como a Formula 1, a NASCAR e a USAC, na era pré-CART. Nesse ano, com Mario Andretti campeão do Mundo, a corrida foi abrilhantada com pilotos como Depailler, John Watson, Niki Lauda e Alan Jones. A corrida do IROC tinha 75 milhas de distência, e todos competiam em Chevrolet Camaro. Depailler arrancou do terceiro lugar da grelha, para acabar no final na sexta posição.
Para além disso, em Riverside, Depailler teve a oportunidade de correr uma prova da Can-Am, inscrito pela equipa de... Paul Newman. Num Spyder-Chevrolet, um carro muito estranho, a Can-Am já não tinha o brilho de outros tempos, mas continuava a ser uma prova importante em 1978. O piloto francês ficou impressionado com a potência do motor, e conseguiu colocar o carro num credivel sexto posto da grelha de partida, mas desistiu na volta treze com problemas numa valvula.
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