Nas últimas duas semanas, voltei a ver António Felix da Costa em acção, primeiro na GP3 pela Carlin, e agora neste fim de semana, de volta à Formula 3 Euroseries. Sem vencer ou deslumbrar, o facto de ser um piloto que está regularmente nos pontos e que demonstra uma boa adaptação aos carros, significa que, não sendo um fenomeno, demnonstra ser um excelente piloto, capaz de pensar em mais altos vôos no panorama automobilistico internacional.
Esta manhã, Felix da Costa terminou no sétimo posto, depois de largar do sexto lugar após a penalização do finlandês Valteri Bottas na qualificação, que o colocou dez lugares atrás do conquistado, um segundo posto, defendeu-se contra carros mais rápidos do que o dele, andando durante muito tempo no quinto posto. Amanhã, partindo do segundo posto, veremos se consegue voltar a pontuar nesta jornada dupla, algo que ainda não conseguiu este ano, e tentar ser o "rookie do ano" nesta categoria.
Este exemplo mostra a situação em que está agora. Depois de uma excelente temporada na Formula Renault, pela equipa Motorpark Academy, esta está agora a adaptar-se a uma nova categoria, a Formula 3, pois corre com motores Volkswagen, menos potentes do que os Mercedes, que dominam o campeonato, com a excepção dos carros da Signature. Contudo, o facto de ser o melhor piloto da Motorpark e de ser um dos dois que está a fazer toda a época (o outro é o finlandês Mathias Laine, e este é constantemente batido por Felix da Costa), demonstra a enorme confiança no potencial do piloto português de 18 anos.
E se dúvidas existisse, o convite que a equipa Carlin fez para correr na ronda húngara da GP3, em substituição do brasileiro Lucas Foresti, que foi correr nesse fim de semana na Formula 3 britânica, demonstra que é seguido e estimado pelo pelotão. Numa categoria inaugurada este ano e onde as lutas são intensas, com grelhas preenchidas, um sexto lugar na sua primeira corrida, após somente duas sessões de treinos, é algo digno de registo.
Mesmo sendo esta uma temporada de adaptação a uma nova categoria, pode-se dizer que as expectativas seriam baixas. Mas até se está a dar bem, no meio de tantos tubarões e imensos aspirantes à categoria máxima do automobilismo. Resta saber para onde quer ir em 2011. Queima etapas e vai para a GP2 ou fica um ano na GP3 ou Formula 3 britânica, ou alemã? Espero que os conselhos do pai e do irmão Duarte Felix da Costa, bem como o apoio do Tiago Monteiro o levem a bom porto e à confirmação das suas potencialidades.
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