O dia de hoje é definitivamente um dia da Lotus. Qualquer que tenha os direitos desse nome... pois confesso estar genuinamente confuso com tudo isto, que aparenta ser mais um episódio da guerra entre Tony Fernandes e Dany Bahar, sobre quem tem o direito a usar o nome "Lotus".
De manhã, Fernandes e o representante da Renault anunciaram algo que já se sabia há semanas: o fornecimento de motores da marca francesa a a partir da temporada de 2011. Mas durante a tarde surgiram novas noticias, uma das quais vinda da Alemanha, que esta a colocar muita gente de boca aberta: que a equipa Renault, que agora pertence à Genii Capital, poderá ter sido comprada pela Proton, de Dany Bahar, e se tornar em 2011 na equipa... Lotus. O sitio F1 Times diz esta tarde que a Proton pode estar a negociar - e se calhar já devem ter chegado a um acordo - com a Renault e com a Genii Capital na compra da equipa Renault de Formula 1 e o rebatizar de Lotus, forçando Tony Fernandes a abdicar do nome e a ter de colocar algo como Team Air Asia ou 1Malaysia Racing Team em 2011.
Vamos ser honestos: isto é tudo uma verdadeira confusão. Mas a ser verdadeiro, explica muita coisa do que li hoje, e também outras coisas que li desde há umas semanas, especialmente no capitulo "Bruno Senna".
Andei a ler os "insiders". O que contam, e se calhar até tem razão, é que o governo malaio decidiu que os direitos do nome Lotus pertencem ao Grupo Proton, logo, Dany Bahar venceu esta guerra. E como a Renault andou a negociar nos últimos meses um acordo de partilha de plataformas com os malaios, provavelmente aquilo que devem ter pedido em troca é que eles pressionassem Fernandes para que desistisse ou entregasse os direitos do nome "Team Lotus" para a Proton, que detêm a Lotus Cars.
Mas claro, Tony Fernandes deverá querer algo em troca. James Allen, por exemplo, fala que o acordo deverá dar a Fernandes algumas vantagens na sua Air Asia, e que os planos de Bahar estão a ser suportados por Tarek Obaid, um multimilionário saudita, presidente da PetroSaudi International, amigo e parceiro de negócios de Gerard Lopez, a pessoa por detrás da Genii Capital. E recentemente, Obaid e a PetroSaudi fizeram um grande negócio de 2,5 mil milhões de dólares com o governo malaio na área das energias renováveis. E Obaid será o grande financiador das ambições de Dany Bahar com a Lotus, desde a apresentação dos quatro supercarros, a serem construidos até 2014, até a sua associação com a ART na GP2 e GP3.
Quanto à hipótese Bruno Senna, o sitio brasileiro Grande Prémio afirma esta tarde que ele conseguiu um acordo com a Embratel para reforçar o seu patrocinio para 2011 e um lugar na equipa Lotus é iminente. Como na equipa de Tony Fernandes é certo que ambos os pilotos se manterão - Jarno Trulli e Heiki Kovalainen - a hipótese do sobrinho do tricampeão do mundo só seria lógica se fosse na tal Lotus/Proton, dado que o lugar de Vitaly Petrov é muito frágil, dada a sua fogosidade. O acordo só seria anunciado no final da época, e se nessa altura o acordo da Proton for confimado, então o resto terá a sua lógica.
Volto a dizer: isto é tudo enormemente confuso. Mas demonstra que um nome do passado, qualquer que seja, tem um potencial enorme, dado o seu capital de simpatia e afectividade deixado. E para uma marca que um ano antes não era referida de todo, todas estas noticias sobre a paternidade do nome fazem correr rios de tinta e a fazem estar no centro da noticia, mesmo que agora seja para o mal. Espero que resolvam a coisa logo, logo.
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