Monza é "a Catedral" e ponto final. E essa expressão é cada vez mais óbvia num mundo automobilistico onde a ligação entre o passado e o presente é cada vez mais ténue. Os circuitos são cada vez mais novos, a ligação europeia está a diminuir a olhos vistos em nome do dinheiro e de circuitos desenhado pelo monopólio de sempre. Se formos ver uma corrida dos anos 30 com a atualidade, provavelmente a unica diferença é o anel externo do circuito, uma verdadeira oval que não é mais usada.
Mas também essa preservação deve-se ao fato de estar dentro de um parque natural, não é? Contudo, não se vê ninguém gritar que "Monza é anacrónica". A formula 1 ainda precisa de referências a ligar o passado do futuro. Senão, é um nome.
Mas passadas as referências filosóficas para justificar a permanência quase eterna deste circuito no campeonato, falemos agora dos treinos desta tarde. Ao mesmo tempo que a Red Bull e a Renault confirmaram um acordo para estender o fornecimento de motores até à temporada de 2016, Sebastian Vettel desementiu temporáriamente os "opinion makers" que afirmaram nestes últimos dias que Monza seria o pior circuito dos energéticos nesta temporada. Vettel foi o melhor na segunda sessão de testes, pois no primeiro, Lewis Hamilton fez o melhor tempo, batendo o seu compenheiro de equipa Jenson Button, por 921 centésimos de segundo, o que é um tempo significativo.
Sebastian Vettel foi o terceiro, batendo o seu companheiro Mark Webber, que foi o quarto. Adrian Sutil foi o quinto no seu Force India, na frente do aniversariante Vitaly Petrov. Fernando Alonso foi apenas o sétimo nessa sessão de treinos, batendo Felipe Massa, com o Sauber de Sergio Perez e o Toro Rosso de Jaime Alguersuari a fecharem o "top ten".
As coisas no segundo treino livre do dia foram mais renhidas, pois Sebastian Vettel conseguiu bater o McLaren-Mercedes de Lewis Hamilton por uns meros... 36 centésimos de segundo, enquanto que o terceiro classificado, Michael Schumacher, foi o terceiro com um tempo apenas 337 centésimos de segundo mais lento. Contudo, o tempo de Vettel, diga-se, foi conseguindo com pneus moles e pouco combustível, e ainda teve a ajuda "preciosa" de Jaime Alguersuari, que estava a ir mais lentamente na Curva Parabólica no momento em que Vettel passava. Pode ser uma coincidência, "pero que las hay, hay..."
Felipe Massa foi o melhor dos Ferrari nessa sessão, ficando no quarto posto, conseguindo bater Fernando Alonso, o quinto. Ambos os Ferrari fizeram tempos melhores do que Mark Webber, que conseguiu o sexto melhor tempo. Jenson Button, no segundo McLaren, mostrou que os treinos não são muito com ele, ao fazer o sétimo melhor tempo, seguindo do Sauber-Ferrari de Sergio Perez, cada vez mais rápido que Kamui Kobayashi, que foi nono. E a fechar o "top ten" ficou Bruno Senna, que conseguiu ser melhor que Vitaly Petrov nesta sessão, mas o seu tempo foi 1.315 segundos mais lento do que Vettel.
Quanto às equipas mais novas, como sempre, os Lotus foram os melhores, com Jarno Trulli a ser o mais rápido, conseguindo o 18º tempo, na frente do seu companheiro Heiki Kovalainen. Ambos ficaram na frente de Timo Glock, da Virgin, e Vitantonio Liuzzi, da Hispania. Mas todos eles conseguiram tempos quatro segundos mais lentos do que os da frente...
Mas como sabem, esses treinos só valem como adaptação à pista. Amanhã é a qualificação, e por aí, já é a sério.
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