Quinze dias depois da vitória-surpresa da Shadow de Alan Jones na Áustria, máquinas e pilotos estavam em paragens holandesas para disputar a 13ª prova do campeonato. Com dezasseis pontos a separar o líder, Niki Lauda, do Wolf de Jody Scheckter, e com o austríaco a conseguir pontuar em sua casa, algo que o sul-africano não tinha conseguido, parecia que Lauda estava a caminho do seu segundo título mundial, guiando nas corridas com frieza e calculismo, sem necessidade de exageros.
Na prova holandesa, estavam inscritos 34 carros. As novidades no pelotão eram os regressos do Renault de Jean-Pierre Jabouille e de Riccardo Patrese ao volante do seu Shadow, ultrapassadas as divergências em relação ao dinheiro dos patrocínios. A RAM, de John McDonald, tinha inscrito dois Brabham para dois holandeses, Michael Bleekmolen e Boy Hayje, enquanto que Brian Henton fora convidado para trocar o seu Ensign pelo Boro, um Ensign modificado por uma firma holandesa.
Com a quantidade de carros presentes, os organizadores queriam fazer uma pré-qualificação, mas Arturo Merzário vetou a ideia e os 34 carros tiveram hipótese de se qualificar, apesar da pista ter ficado um pouco mais povoada do que o habitual.
No final das duas sessões de qualificação, o melhor tinha sido o Lotus de Mário Andretti, que tinha conseguido a pole-position pela sexta vez na temporada. Jacques Laffite era o segundo, no seu Ligier-Matra, enquanto que na segunda linha estavam o McLaren de James Hunt e o Ferrari de Niki Lauda. Gunnar Nilsson, no segundo Lotus, era o quinto, seguido pelo segundo Ferrari de Carlos Reutemann. O Tyrrell de Ronnie Peterson era o sétimo, seguido do Brabham-Alfa Romeo de John Watson. A fechar o "top ten" estavam o Ensign-Ford de Clay Regazzoni e o Renault de Jean-Pierre Jabouille, demonstrando o poder do motor turbo nas qualificações.
Como seria de esperar, apenas se qualificariam 26 carros para a corrida. Os oito que não iriam participar tinham sido, para além de Bleekmolen, Hayje e Merzário, o March de Patrick Néve, inscrito pela Williams, o BRM de Teddy Pilette, o Surtees de Vern Scuppan, os Hesketh de Hector Rebaque e Ian Ashley.
A corrida começa com Hunt a atacar a liderança de Andretti na curva Tarzan. O americano trava para evitar sair de pista e a ocasião é aproveitada por Laffite para ficar com o segundo lugar. Atrás, Jones e Mass desistem, vitimas de colisão. Andretti depois passou ao ataque, ultrapassando Laffie na terceira volta e indo atrás de Hunt, no sentido de o apanhar. Conseguiu-o na sexta volta e tentou passá-lo na curva Tarzan. Contudo, nenhum dos lados queria ceder e à saída da curva, ambos colidiram. O piloto da Lotus fez um pião, mas continuou, enquanto que o da McLaren foi até às boxes e acabou por retirar-se.
Com isso, Laffite vai para o comando, acossado pelos dois Ferraris. Andretti volta à carga, tentando recuperar os lugares perdidos, mas na volta 15, depois de ter deixado Reutemann para trás, acaba por desistir quando o seu motor rebenta. Com isso, começa a batalha entre Laffite e Lauda pelo comando, com o austriaco a passar para o primeiro lugar à vigésima volta.
Atrás, Reutemann ainda era terceiro mas já era acossado pelo Lotus de Nilsson, que queria ficar com o terceiro posto, mas na volta 34, uma ultrapassagem mal sucedida acabou com ambos os carros na berma. O argentino voltou à pista, mas o sueco não. Com isso, o maior beneficiário tinha sido Patrick Tambay, que com este acidente, subia ao terceiro posto, enquanto que Jody Scheckter e Emerson Fittipaldi faziam corridas de trás para a frente para chegar aos lugares pontuáveis.
Na frente, Lauda e Laffite degladiavam-se pelo comando, estando muito juntos, mas no final, o austriaco tinha levado a melhor sobre o francês. Tambay parecia ir a caminho de um inédito pódio, mas ficou sem combustível a duas voltas do fim, dando o pódio ao sul-africano da Wolf. Mesmo assim, o francês da Ensign ficou com dois pontos do quinto lugar, com Fittipaldi a conseguir o quarto posto com o seu Copersucar. O derradeiro ponto ficou nas mãos de Reutemann.
Com a prova terminada, Lauda tinha agora alargado a sua diferença para 21 pontos e todos o viam como o virtual campeão de 1977. Agora restava saber onde e quando ele iria buscar o ceptro.
1 comentário:
Eu tenho um documentário chamado os fantátiscos anos 70. Você citou o March da Williams não ter se classificadoo, mas pouco tempo depois, seria a equipe dona de seus próprios chassis e seria vencedora também. É muito interessante.
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