Foi o sucessor do modelo que
assinalou o seu regresso à Formula 1. Desenhado por um dos melhores projetistas
de então, o sucessor do Alfa Romeo 179 tinha o potencial de ser um chassis que colocasse a
equipa nos lugares da frente. Contudo, apesar de bons resultados em pista, em
termos gerais, foi uma desilusão para aquilo que prometia inicialmente. Mais de trinta anos depois, hoje falo do Alfa Romeo 182.
Desenhado por Gerard Ducarouge,
com a ajuda de Mário Tolentino, este era um chassis feito em fibra de carbono,
que ajudava a fazer o carro mais leve e mais resistente. Com um motor V12 da
marca, que dava 540 cavalos às 12 mil rotações por minuto, mais uma caixa de
velocidades feita também pela marca, de seis velocidades, o carro tinha uma
diferença entre eixos relativamente longa – 2720 milimetros, estreitados em 12
centímetros na versão B, estreado no GP da Belgica, em Zolder, onde também
tinha um novo conjunto de escape e novas saias laterais, para uma melhor
eficácia do carro.
Estreado no GP do Brasil, nas
mãos de Andrea de Cesaris e Bruno Giacomelli, rapidamente transformou-se num
carro veloz, especialmente nos treinos. Em Long Beach, De Cesaris faz a sua
primeira (e única) pole-position da sua carreira, e nas corridas seguintes,
quer ele, quer Giacomelli, conseguiam meter os carros nas primeiras filas da
grelha de partida. Contudo, os resultados eram escassos: em Long Beach, ele
sofreu um acidente que o impediu de alcançar um possível lugar no pódio, que
não escapou no Mónaco, onde terminou no terceiro posto, mas não sem antes
sofrer com problemas de consumo, graças ao seu motor V12 altamente consumidor.
No Canadá, terminou no sexto posto, mas não sem antes de sofrer novo problema
de consumo no seu carro.
Em Monza, o carro estreou nos
treinos o seu motor V8 Turbo, nas mãos de De Cesaris. A ideia era saber como se
comportava em pista, mas só foi usado na qualificação. O seu chassis foi
modificado para ser no ano seguinte um dos exemplares do que viria a ser o
183T.
No final da temporada, apesar das
promessas, especialmente nos treinos, os resultados foram frustrantes. Apenas
em três ocasiões, os carros chegaram ao fim nos pontos e foram mais vezes em
que desistiram do que cruzaram a meta com a bandeira de xadrez. Os sete pontos
alcançados no final, e o décimo posto na classificação do campeonato de
Construtores são reflexo disso, pior do que tinham conseguido no ano anterior
com o modelo 179.
Ficha Técnica:
Chassis: Alfa Romeo 182
Projetista: Gerard Ducarouge
Motor: Alfa Romeo V12 de 3 litros
Pneus: Michelin
Pilotos: Andrea de Cesaris e
Bruno Giacomelli
Corridas: 15
Vitórias: 0
Pole-Positions: 1 (De Cesaris 1)
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 7 (De Cesaris 5,
Giacomelli 2)
2 comentários:
Paulo,
essa era uma das equipes que me prendia pelo carisma...
no inícios dos anos 80 existiam várias outras escuderias que eram carismáticas assim como a Alfa...
bons tempos...
abs...
Os velhos problemas de consumo do motor 12 cilindros boxer aspirado da Alfa se repetiriam tanto no V12 também aspirado quanto no V8 turbo.
A Alfa abandonava muito rapidamente o desenvolvimento dos seus motores pra lançar um novo.
Enquanto o V8 turbo dava algum sinal de competitividade, a Alfa já desenvolvia DOIS motores completamente distintos, o infame 4 cilindros em linha turbo (que seria usado na Ligier) e o promissor V10 atmosférico (que estrearia em 89 também na Ligier e que diziam ser um canhão tão forte quanto o Renault V10).
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