Derek Warwick, em Brands Hatch, no final de 1985, com o Lotus 97T. Se estiverem atentos, à direita da foto está Gerard Ducarouge., o projetista falecido no passado dia 19. Vi esta foto no fórum do F1 Lado B, colocado pelo Luciano, o Medalha.
A história é sabida: Warwick, desempregado após a saída de cena da Renault, frustrada por nunca ter vencido o título de pilotos e construtores com o seu motor Turbo, tentou a sua sorte na Lotus, para ser piloto da marca ao lado de Ayrton Senna, mas o piloto brasileiro, responsável pelo reavivar da marca, vencendo duas corridas nessa temporada, vetou a entrada do piloto na marca.
Senna não era parvo. Sabia da ameaça de Warwick, em caso de entrada dele na Lotus. E não era tanto pelo seu potencial na equipa, mas também o que representaria em termos de publicidade na imprensa especializada... e não só.
Em 1984, Derek Warwick era o "the next big thing" no automobilismo inglês, orfão de um piloto vencedor desde os tempos de James Hunt. Ao ir para a Renault, nesse ano, pensava-se que ele seria o próximo campeão do mundo, pois iria preencher os sapatos deixados por Alain Prost, depois de ele ter quase vencido o campeonato no ano anterior.
Em contraste, na Lotus, estava Nigel Mansell, que era o "patinho feio" do pelotão. Favorito de Colin Chapman, Peter Warr, seu sucessor, não morria de amores por ele. Nessa temporada, Mansell tinha quatro pódios, mas nunca uma vitória, e ele não acreditava que ele tivesse estofo de campeão. Tanto que no final desse ano, Mansella foi despedido para dar o lugar a Ayrton Senna.
O "brutânco" foi para a Williams em 1985, e no final do ano, venceu as suas primeiras corridas da sua carreira, em Brands Hatch e Kyalami. Warwick tinha tio uma chance de correr por lá nesse ano, mas recusou porque não acreditava no potencial do motor Honda Turbo, que tinha fama de quebrar bastante. Só que as expectativas de Warwick na equipa francesa sairam frustradas e no final de duas temporadas, eles retiraram-se da Formula 1 e ele ficou desempregado.
Assim sendo, tentou a sua chance e os resultados foram os conhecidos. Senna temia Warwick, não tanto pelo seu talento, mas por aquilo que ele representaria numa equipa como a Lotus. Com a equipa a reavivar, graças a ele, temia um duelo entre Warwick e Mansell em 1986, Lotus contra Williams. E com uma imprensa britânica tão partidária - especialmente os tabloides - tinha consciência de que os mecânicos ingleses iriam dar o melhor material para Warwick e não para Senna, que já tinha ambições de títulos mundiais. De uma certa maneira, algo como Piquet viveu na Williams, onde teve de ser esperto para dar a volta e vencer contra uma equipa que queria ver Mansell campeão.
O veto a Warwick pode ter privado o piloto de vencer corridas e de ter uma carreira mais triunfante que teve na realidade. Depois disto, ele passou por Brabham e Arrows, mas nunca venceu qualquer corrida. Mansell, mesmo tendo fama de destruir carros devido aos seus abusos, tornou-se campeão do mundo e entrou no coração dos fãs como o "Red Five" ou o Leão.
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