Em 1973, Niki Lauda estava na BRM, como terceiro piloto, depois de ter penado no ano anterior na March, sem conseguir qualquer ponto. O piloto austríaco, neto de banqueiros, teve de pagar para começar uma carreira no automobilismo, e nesse ano, pediu um empréstimo para poder pagar o seu lugar na equipa, ao lado de Clay Regazzoni e Jean-Pierre Beltoise. Era a sua segunda época e já tinha conseguido os seus primeiros pontos, com um quinto lugar em Zolder, no GP da Bélgica.
Ao longo dessa temporada, tinha tido altos e baixos. Tinha andado em terceiro no Mónaco (na foto, tirada por Paul-Henri Cahier) antes de um problema na caixa de velocidades o ter obrigado a abandonar, e algum tempo depois, em Silverstone, aproveitou a confusão da primeira partida (uma carambola com onze carros envolvidos, a maior até 1998) para aparecer no segundo lugar, atrás de Ronnie Peterson, antes de se atrasar e cair para a 12ª posição, a quatro voltas do vencedor, o McLaren de Peter Revson. Mas duas corridas depois, em Nurburgring, Lauda sofre um acidente nos treinos e não participa em duas corridas, daí a consciência da periculosidade do Nordschleife.
A 23 de setembro de 1973, acontece o GP do Canadá, no pequeno circuito de Mosport, nos arredores de Toronto. O campeonato estava há muito decidido a favor de Jackie Stewart, mas outros poderiam brilhar. Lauda foi oitavo nos treinos, e a corrida começava com chuva. Foi aí que o austríaco brilhou: graças aos pneus de chuva, ele faz uma grande largada e salta para o segundo lugar. Na volta 3, ultrapassa Ronnie Peterson e fica com a liderança nas próximas 21 voltas, distanciando-se até 21 segundos sobre Emerson Fittipaldi (Peterson atrasa-se devido a problemas mecânicos).
Então, a pista começa a secar, e ele têm de ir às boxes para mudar de pneus. A troca torna-se desastrosa e atrasa-se, caindo para o oitavo posto. Mas nessa altura, a confusão instala-se, com a famosa entrada do Pace Car que confundiu tudo, pois colocou-se à frente do quarto classificado, o Iso-Marlboro de Howden Ganley.
Quando acabou, Lauda era quinto, e manteve-se assim até que a transmissão cedeu na volta 62. A chance de conseguir mais pontos acabou ali, mas as suas exibições ao longo da temporada foram mais do que suficientes para que a Ferrari o contratasse, por cerca de 50 mil dólares, para a temporada de 1974. Lauda poderia pagar os seus empréstimos e ganhar dinheiro como profissional. E a partir dali, a sua carreira deslocou-se, com os seus três títulos mundiais e a meio, sobreviver a um horrível desastre em Nurburgring.
Hoje, reformado e sendo um dos diretores da Mercedes de Formula 1 - e com a sua lingua afiada como sempre - Lauda faz 66 anos de idade como uma das lendas do automobilismo. Feliz Aniversário!
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