sábado, 28 de julho de 2018

Formula 1 2018 - Ronda 12, Hungria (Qualificação)

Como sete dias - ou seis, se preferirem - é tempo curto, mas mudam muita coisa. A Ferrari está em estado de choque, não só por causa de Sebastian Vettel e a vitória perdida na chuva, que o colocou sob brasas, mas também pelo outro choque que já tinhamos ouvido durante esse fim de semana, mas nos dias seguintes ouvimos todos os devidos pormenores: a grave doença e consequente morte de Sergio Marchionne, o "big boss" - perdão, o "capo de tutti capi" - do grupo FCA - Fiat Chrysler Automobiles. Operado a um tumor no ombro, do qual estava a ser tratado desde há um ano, sofreu uma embolia que o deixou em coma profundo até morrer, na terça-feira.

E por causa disso, a Ferrari corrida com faixas negras nos seus carros e nos braços dos pilotos, com a bandeira da Scuderia a meia haste. E claro, as imensas homenagens a Marchionne.

Mas também neste fim de semana, rebentou outra bolha, com a noticia da administração da Force India, devido às dividas existentes a algumas partes, como ao piloto Sergio Perez e à Mercedes. Em conjunto, as dívidas rondam as dez milhões de libras, e a administração poderá lançar algumas das coisas que se ouviram ao longo da semana. Uma delas, a da possibilidade de Lawrence Stroll de comprar parte da equipa para o seu filho, Lance Stroll, correr.

Claro, a Force India não vai ter a sua última corrida aqui em Budapeste. É uma proteção aos credores, com um administrador encarregado de arranjar um comprador até determinado prazo. Por agora, está tudo resolvido, mas... o tempo conta. Velozmente.

O sábado de Budapeste é um típico de verão: calor e chuva. E esta começou a cair quinze minutos antes de começar a Q1, fazendo com que os pilotos começassem a qualificação com intermédios. Mas esta começou a intensificar-se, tanto que todos foram à pista para fazer um tempo antes que tivessem de trocar para os azuis, de chuva intensa.

Nessa altura, os Ferrari lideravam, com Raikkonen à cabeça, seguidos pelos Mercedes, mas a chuva tinha parado e a pista começado a secar, de tal forma que houve quem ousasse, colocando pneus ultramacios. E compensou: Kevin Magnussen e Carlos Sainz Jr começavam a fazer tempos melhores do que os de intermédios, e o pelotão seguiu-os. E no meio da confusão, Daniel Ricciardo esteve perto de ser eliminado à primeira, e só uma volta in extremis o salvou de passar à Q2.

No final, foram os Force India de Esteban Ocon e Sergio Perez, o Sauber de Charles Leclerc, o McLaren de Stoffel Vandoorne e o Williams de Serguei Sirotkin é que ficaram pelo caminho nesta primeira fase da qualificação.

A Q2 começou com seco mas logo, logo, passamos para a chuva, que aumentou ainda mais à medida que os minutos passavam. A pista encharcou-se, os pilotos começaram a sair dos limites, e os tempos começavam a ser bem mais lentos. Aos poucos, os pilotos andavam com os azuis, os de chuva pura e dura. Sebastian Vettel aproveitou bem e fez 1.28,636, com a concorrência a ficar... dois segundos mais lentos. e os mais lentos estavam a sete e oito segundos do primeiro. Praticamente, as coisas estavam decididas, e bem antes do final da Q2, Fernando Alonso, Daniel Ricciardo, Nico Hulkenberg, Lance Stroll e Marcus Ericsson estavam de fora.

E claro, com os pneus de chuva e os tempos a não melhorarem, tínhamos os Ferrari, Mercedes, os Toro Rosso, os Haas, o Red Bull de Max Verstappen e o Renault de Carlos Sainz Jr, que era... segundo na tabela de tempos.

A chuva ainda caia quando começou a Q3, fazendo com que os pilotos usassem os pneus azuis, esperando por uma aberta. E claro, qualquer um poderá ser o "poleman", pois isto vai ser até ao último momento.

Max Verstappen fez 1.38,8, mas Bottas melhorou, para a seguir Hamilton ficar na tabela de tempos. Vettel andou cauteloso, para ser quarto, para ser superado por Sainz Jr. Raikkonen melhorou para terceiro, e Verstappen baixou para 1.38,032. Hamilton melhorou para 1.36,648, ficando no topo da tabela de tempos, com Raikkonen a fazer 1.37,3. Os pilotos melhoravam constantemente e a tabela de tempos andava fluida.

Raikkonen fez 1.36,186, melhorando muito, pelo menos em termos de aderência, e ficando na frente dos Mercedes. Sainz aproveita bem as condições para ser terceiro, antes dos Mercedes tentaram a sua sorte. E foi o que aconeceu. Primeiro Bottas, depois Hamilton fez a pole-position, ficando com a primeira fila da grelha, 250 centésimos na frente de Bottas. Vettel era quarto, não muito longe dos três primeiros, mas praticamente era outra demonstração de que estava atrás dos seus rivais.

Como amanhã não deverá chover, e como esta é uma pista estreita, é altamente provável que isto seja uma grande procissão até à bandeira de xadrez. Mas uma coisa é falar, outra coisa é correr... 

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