terça-feira, 24 de setembro de 2019

A imagem do dia

Faz hoje 30 anos que este "boneco" foi tirado pelo fotógrafo Francisco Romeiras, então a trabalhar na Turbo. Um dos momentos marcantes da história da Formula 1, e aconteceu em Portugal. E tudo por causa de uma comédia de enganos que acabou por enterrar ainda mais as ambições de título - que já eram diminutas - para Ayrton Senna.

A sequência de eventos começou quando Nigel Mansell, o "brutânico", cometeu a sua primeira proeza, que foi de errar a sua entrada nas boxes. E a seguir, de fazer marcha atrás para entrar no seu canto. O que pelas regras, era ilegal, e passível de desclassificação. E foi o que aconteceu, quando mostraram a bandeira preta com o número 27 ao lado, quando ele passava pela reta da meta.

Só que não parava. E as voltas passavam, e ele, o terceiro, aproximava-se de Ayrton Senna, que julgava que estava na corrida, a lutar por posição. Claro, havia sinais e comunicações pela rádio, mas em 1989, eles não eram fiáveis, e não havia nada do que vemos hoje.

E na volta 48, no final da reta da meta, o toque. Certamente que ambos são culpados, o primeiro por omissão, por não ter sido avisado que Mansell estava fora de jogo e para o deixar passar, porque não contava, e o segundo porque... acho que não sabia o que estava a fazer. E foi por causa desse jogo de equívocos que tivemos isto. Esta imagem icónica da história daquela temporada, e da Formula 1.

E no final, não falamos de outra coisa senão disso. Lembro-me bem do dia seguinte, quando, do alto dos meus (então) 13 anos, e com o dinheiro da minha semanada, gastava para comprar um exemplar da Autosport. E esquecia que tínhamos visto uma Minardi a liderar a corrida - na realidade, tinha acontecido durante um intervalo da RTP! -  e ver a estratégia brilhante da Onyx de não trocar de pneus, que resultou no pódio de Stefan Johansson, que depois de cortar a meta... o seu carro parou na berma, sem gasolina, e a falhar a cerimónia do pódio, de uma corrida ganha pelo Gerhard Berger, sem ser incomodado, e de um Alain Prost que sorria, porque o seu título estava cada vez mais próximo.

Mas ainda faltava mais, naquela temporada.

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