Paulo Gonçalves só desistia se não podia mais. A imagem que escolhi hoje, que passa exatamente um ano da sua morte mostra tudo que ele era: determinado a correr, competitivo, puxado pela adrenalina. Isto aconteceu em 2014, e mostra ele, afastado da sua moto em chamas, chorando porque não podia continuar. Nós, que assistimos ao seu choro, também derramamos lágrimas porque achávamos que aquilo que tinha acontecido tinha sido injusto.
Temos pena que ele nunca tenha vencido um Dakar à geral. Esteve sempre perto, era competitivo, e respeitado pelos adversários. Tanto que este ano, gente como Toby Price e Ricky Brabec, que competiram ao seu lado, colocaram o seu nome e a bandeira portuguesa nos seus capacetes e fatos para homenagear "Speedy" Gonçalves. Porque era bom no que fazia e eles sofriam com ele.
Passado um ano, e em pleno Dakar saudita, vê-se as motos e os carros a passarem pelas dunas e não se deixa pensar nele. Ainda por cima, ele tinha decidido em 2020 que aquele iria ser o seu último em termos competitivos. O destino chegou mais cedo à meta que ele, e é disso que temos saudades, porque sempre que o viamos em cima de uma moto, não interessa de qual marca, ele nos fazia sorrir de orgulho e chorar de tristeza, porque dava tudo.
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