É certo que a ideia da Formula E é mais a conservação de energia do que a velocidade pura, neste final de semana é o primeiro onde andam num circuito permanente - é verdade que já correram no Autódromo Hermanos Rodriguez, no México, mas é parcial e não na versão total. E a seguir, correrão pela primeira vez em toda a extensão do circuito do Mónaco.
Ver todo um pelotão a abrandar porque poderia não cruzar a meta - Jean-Eric Vergne chegou a dizer que nunca fez uma volta tão lentamente - não foi uma boa propagada para a competição. Mas mais do que um erro de organização, todos erraram. A organização, por ter tirado energia a mais, e as equipas, por não terem dito que poderiam não ter energia para chegar ao fim. E foram apenas seis segundos a diferença entre fazer uma ou duas voltas depois do último Safety Car...
E claro, todos os que odeiam elétricos e andam a falar há séculos que isto "não é automobilismo", tiveram uma tarde em cheio. É evidente que esses queixumes não passam das caixas de comentários das redes sociais, que cospem no ar, mandando a sua "posta de pescada", mas toda esta gente consegue moer a paciência daqueles que gostam e defendem a categoria, que por fim faz parte da FIA. É verdade que vai ser uma excepção, e essa gente não vai mais ser convencida. Contudo, a Formula E tem de saber que essa gente existe, e ainda são uma parte importante dos fãs, especialmente nos mais velhos. E não podem falhar, escorregar ou cometer lapsos como estes. Tem de ser profissionais a duzentos por cento, e não podem relaxar só porque agora a FIA sanciona este campeonato.
Mas se formos ver bem a história, o final da era Turbo, três anos depois deste incidente em Imola, não tee a ver com os consumos, mas sim a potência que começava a ser incontrolável, porque já falávamos de motores de 1500 cavalos em qualificação. A Formula E veio para ficar, para mal dos pecados dos seus detratores. Mas a organização tem de mexer nas regras para evitar estas situações embaraçosas como aconteceu hoje à tarde, se querem ganhar mais fãs.
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