Era algo que se esperava desde há algum tempo, tanto que no ano anterior, tinha sido feito uma corrida extra-campeonato, o Dino Ferrari Grand Prix, ganho por Niki Lauda, num Brabham - a ultima corrida do austríaco antes de se retirar, no Canadá.
Um ano depois da estreia do seu carro, o BT49, a Brabham cavalgava nas primeira posições com o mesmo chassis, mas com Nelson Piquet ao volante. E ele vinha de uma vitória na corrida anterior, em Zandvoort, e chegava a Imola dois pontos atrás do líder, Alan Jones. Logo, era um dos favoritos à vitória, apesar de, na qualificação, ter conseguido o quinto melhor tempo.
Três lugares mais abaixo estava Gilles Villeneuve, no seu Ferrari, num dos poucos bons momentos da temporada. Aliás, 1980 estava a ser um inferno para a Scuderia, mas era calculado: eles decidiram apostar no motor Turbo, que iria estrear em 1981, e nesse final de semana, Gilles deu algumas voltas nele, e pensou seriamente se iria andar nesse chassis ou não. Decidiu-se pelo carro mais antigo. O canadiano lutava corrida a corrida para conseguir os melhores resultados possíveis, e os "tiffosi" louvavam a sua luta. Em contraste, Jody Scheckter, o campeão do mundo, estava a ter uma temporada tão má que aproveitou o fim de semana italiano para anunciar o abandono da competição, no final dessa temporada.
Também um pouco mais abaixo de Gilles, na 11ª posição, estava o Fittipaldi de Keke Rosberg, a usar o chassis F8.
No inicio da quinta volta, com Piquet na frente do Renault de Jean-Pierre Jabouille e René Arnoux, antes da curva Tosa, Villeneuve, que era quarto e pressionava o francês da Renault, sofre um furo a alta velocidade e embate com força no muro, desfazendo o seu carro. Ele chega a tocar o capacete contra a parede, mas o canadiano sai ileso, apenas se queixando de uma ligeira tontura por causa do tal toque contra a parede. No meio do incidente, o Alfa Romeo de Bruno Giacomelli, que era quinto, saiu de pista na travagem para a Tosa, talvez assustado com tudo o que tinha acontecido!
No final, todos safaram-se de um incidente maior, mas o acidente de Gilles contra o muro, na primeira vez em que a Formula 1 ia a Imola, foi o grande destaque de uma corrida que iria acabar com a vitória de Nelson Piquet, que iria sair dali com o comando do campeonato, e batendo de novo os Williams de Alan Jones e Carlos Reutemann, que partir muito mal e acabara a primeira volta na última posição, antes de uma recuperação sensacional que o colocou no pódio.
E ainda a última corrida de Vittorio Brambilla, que então com 42 anos e a substituir o falecido Patrick Depailler, que acabou na quinta volta - típico do "Gorila de Monza!" e o quinto lugar de Keke Rosberg, alcançando os primeiros pontos da Fittipaldi com o F8, mostrando que o chassis, com mais desenvolvimento, teria sido um excelente carro.
Foi assim a estreia de Imola na Formula 1. No ano seguinte, foi criado o GP de San Marino, que acolheria esse circuito por quase uma geração - até 2006 - e seria a segunda pista italiana do calendário, porque desde então até hoje, o GP de Itália voltaria a ser em Monza. E a curva onde Gilles bateu ficou com o seu nome e tem um monumento em sua honra. Confesso não recordar de outro lugar onde haja um monumento a assinalar um acidente onde o piloto tenha saído ileso...






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