quinta-feira, 31 de maio de 2007

O piloto do dia: Chris Amon (1ª parte)

Se houve pilotos com azar, este foi definitivamente um deles. Dele, Bernie Ecclestone disse uma vez: “Nunca apostaria em Amon como vencedor, mesmo que estivesse a liderar na última volta com 30 segundos de avanço”. Mário Andretti foi mais directo: “Se Amon fosse coveiro, as pessoas deixariam de morrer”.

Christopher Arthur Amon nasceu a 20 de Julho de 1943 em Bulls, na Nova Zelândia. Seu pai era um rico proprietário agrícola, e aos 18 anos, começou a correr em rampas, establecendo a sua reputação como bom piloto. No final de 1962, as suas performances em corrida chamaram a atenção do ex-plioto inglês Reg Parnell, que o convenceu a correr pela sua equipa em Inglaterra. No ano seguinte, com 19 anos incompletos, tornou-se na altura no mais jovem piloto de sempre a correr num Grande Prémio de Formula 1, num Lola. A temporada foi de aprendizagem, e terminou com zero pontos.

O ano de 1964 começa mal, ao não se qualificar para o GP do Mónaco, mas na corrida seguinte, em Zandvoort, consegue chegar ao quinto lugar, conseguindo os seus primeiros pontos na Formula 1. Contudo, no resto da temporada, uma colecção de desistências fez com que terminasse a temporada no 18º lugar, com 2 pontos.

Em 1965, Reg Parnell recebeu de graça motores BRM para a sua equipa, Mas isso tinha uma condição: tinha que aceitar a presença de Richard Attwood como piloto. Sendo assim, Amon foi para a McLaren do seu compatriota Bruce, mas ele não tinha um segundo carro para correr na Formula 1. Sendo assim, correu na CanAm, mas teve a oportunidade de fazer três corridas, onde não acabou nenhuma. Zero pontos no final da temporada.

Em 1966, continua com Bruce McLaren, e juntos fazem história: são os primeiros neozelandeses a ganhar as 24 horas de Le Mans, a bordo de um Ford GT 40, batendo a Ferrari, que dominava até então. Este sucesso levou a que fosse convidado pelo próprio Enzo Ferrari para correr na sua Scuderia, ao lado de Mike Parkes, Lorenzo Bandini e Ludovico Scarfiotti. Todos estes sucessos contrastaram com uma má carreira na Formula 1, sem oportunidades para correr. Fez duas corridas, em França e Itália, e não pontuou.

1967 foi um ano diferente. Com um contrato oficial, podia correr a tempo inteiro na Formula 1 e GT e Formula 2. Contudo, a tragédia bateu à porta da Scuderia: em Maio, Bandini morria queimado no GP do Mónaco, o seu companheiro Mike Parkes ficava gravemente ferido em Spa-Francochamps, e Ludovico Scarfiotti decidiu retirar-se da competição. Contudo, nem tudo foram más noticias: ganhou as 24 Horas de Daytona e as 1000 Milhas de Monza, ainda com Lorenzo Bandini a seu lado. Na Formula 1, conseguira quatro terceiros lugares (Mónaco, Bélgica, Inglaterra e Alemanha), conseguindo o quarto lugar final, com 20 pontos.

Em 1968, Amon corre nas Tasman Séries e vai ser o primeiro piloto a experimentar um aerofólio traseiro no seu carro. O neozelandês tinha tudo para ser bem sucedido nesta época: três pole-positions consecutivas davam-lhe grandes hipóteses de vitória. Mas nada conseguiu, devido a avarias mecânicas. Em Inglaterra, ficou na história o duelo que travou com o suíço Jo Siffert, mas no final foi o suiço da Lotus que ficou com os louros, tornando-se no último piloto privado a ganhar uma corrida. No fim do campeonato, Amon termina no décimo posto, conseguindo 10 pontos, um pódio e três pole-positions.


No ano seguinte, as coisas pioram na Ferrari, e só consegue quatro pontos, resultantes de um pódio em Zandvoort. A Ferrari estava num ponto baixo, e no final da temporada, decide abandonar a equipa, afirmando que não queria arriscar uma terceira temporada de azar. Infelizmente para ele, em 1970, os Ferrari tornaram-se na melhor equipa do pelotão, com Jacky Icxx e Clay Regazzoni

3 comentários:

hjg disse...

Boa materia, ta bom o blog :)

jocasipe disse...

Bem azarado o rapaz, mas nem tanto como o Ricardo Paletti, esse sim penso ter sido o mais infeliz de todos...

Speeder76 disse...

Prá semana meto uma bio dele. Ele teve uma carreira bem além da Formula 1...