Na semana em que se comemora a primeira vitória de um BRM numa corrida de Formula 1, há 48 anos, vou falar esta semana de um homem que teve uma longa e diversificada carreira no automobilismo, sendo o primeiro dos pilotos suecos a ganhar uma corrida de Formula 1. Mas a sua carreira não passou só por aí. Os Sport-Protótipos e as 24 Horas de Le Mans foram também os sítios onde se movimentou melhor, e foi nas míticas 24 Horas que Bonnier perdeu a sua vida, vai fazer 35 anos dentro de alguns dias.
Nasceu Joakim Bonnier a 31 de Janeiro de 1930 (teria agora 77 anos) em Djugarden, na Suécia. Pertencente ao clã Bonnier, de origem judaica, que fundou no século XIX uma das maiores editoras do seu país (e que ainda existe hoje em dia), a fortuna da família serviu para financiar a sua carreira nos automóveis. Em 1953, depois de fazer o serviço militar obrigatório, na Marinha Sueca, decidiu fazer corridas no gelo, com bons resultados. Em 1955 passou para os automóveis, onde é notado pela Maserati, que o contrata no ano seguinte para ir correr num dos seus carros. O seu inicio na Formula 1 foi em Monza, no Grande Prémio de Itália, onde abandona à terceira volta devido a problemas de motor.
No ano seguinte, faz quatro corridas pela Scuderia Centro-Sud, ao volante de um Maserati, onde não consegue pontuar. As coisas lá caminhavam para o mesmo em 1958, se não fosse Lord Owen, que viu em Bonnier um bom piloto para a sua Escuderia: a BRM. Correndo nas duas últimas provas do ano ao serviço da marca, Itália e Marrocos, Bonnier consegue um quarto lugar na última prova. Os 3 pontos deram-lhe o 18º lugar na competição daquele ano.
Em 1959, continua na BRM, onde alcança a sua melhor façanha na Formula 1: em Zandvoort, palco do Grande Prémio da Holanda, o seu BRM leva a melhor sobre os Cooper de Jack Brabham e Masten Gregory, depois de ter feito a “pole-position”. Foi a primeira vitória da equipa inglesa, construída para fazer face aos Ferrari e Maserati. Conseguiria ainda mais um quinto lugar, na Alemanha, e termina o campeonato em oitavo lugar da classificação, com 10 pontos, uma vitória, uma pole-position e um pódio.
Continua a correr em 1960 pela BRM, onde alcança dois quintos lugares, no Mónaco e nos Estados Unidos. Aproveita e ganha o GP da Alemanha de Formula 2, a bordo de um Porsche 718, e ganha também a Targa Florio, em conjunto com o alemão Hans Hermann. Os quatro pontos alcançados deram-lhe o 18º lugar na geral.
Em 1961 muda-se da BRM para a Porsche. Consegue três pontos no campeonato, que lhe dá o 15º lugar da geral. A mesma coisa acontece em 1962: 15º lugar, 3 pontos. No final desse ano, a Porsche abandona a competição e ele vai para a Rob Walker Racing Team, onde guia um Cooper na época de 1963. É um bom ano para ele, pois pontua em quatro das dez corridas desse campeonato, conseguindo seis pontos e o 11º lugar da geral. Entretanto, nas Sport-Protótipos, vence de novo a Targa Florio, acompanhado do italiano Carlo Mário Abate, num Porsche 718.
Mas 1964 é o seu melhor ano de competição, não tanto por causa da Formula 1, mas pelos seus feitos nos Sport-Protótipos. Corre com um Ferrari privado, e fica em segundo nas 24 Horas de Le Mans, com Graham Hill, e ganha as 12 Horas em Reims e outras 12 Horas em Montlhery, nos arredores de Paris. Na Formula 1, correndo pela Rob Walker Racing Team, consegue três pontos, classificando-se no 15º lugar da geral.
Em 1965, corre ainda com Rob Walker, mas não consegue pontuar na Formula 1. Sendo assim, decide reactivar a sua equipa, a Écurie Bonnier, e compra um Cooper-Maserati. Consegue um sexto lugar no México, que lhe dá o 22º lugar no campeonato. Entretanto, nos Sport-Prtótipos, consegue ganhar os 1000 km de Nurburgring, com o americano Phil Hill, a sua última grande vitória em competições.
De 1967 a 1971, irá competir na sua própria equipa, correndo com máquinas como McLaren, Cooper, Honda e Lotus. Em 1967, consegue 3 pontos e um 15º lugar. Em 1968, outros três pontos e o 22º lugar. A partir de então deixa de pontuar, e as suas presenças são cada vez mais espaçadas, concentrando-se na sua equipa e nos Sport-Protótipos. A sua última corrida na Formula 1 é o GP dos Estados Unidos de 1971.
A sua carreira na Formula 1: 109 Grandes Prémios, em 15 temporadas, uma vitória, uma pole-position, um pódio, 39 pontos no total.
A 11 de Junho de 1972, entra com o seu carro nas 24 Horas de Le Mans, com um Lola-Cosworth T280, com o português Nicha Cabral como companheiro. Perto da sexta hora da competição, tendo acabado de revezá-lo, Bonnier desentendeu-se com o Ferrari Daytona do suíço Florian Vetsch, colidindo e acabando nas árvores que ladeavam o circuito. Tinha 42 anos.
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